Metal Gear Solid: momentos memoráveis da série

Vamos relembrar algumas passagens da série que marcaram os fãs ao longo dos anos.

em 25/08/2015
No próximo dia primeiro de setembro será lançado Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (Multi), aguardada continuação da aclamada série criada por Hideo Kojima.

Devo admitir que Metal Gear não é uma série fácil, por conta de seu plote com idas e vindas à linha temporal, personagens complexos, um exército de agentes duplos e inúmeros acontecimentos que, por vezes, beiram o absurdo.

Mas são todos esses fatores que fazem a franquia ser especial e única. É impossível encontrar algo parecido como Metal Gear no mercado. E muito disso se deve a influência direta se seu criador.

Vamos então relembrar alguns dos momentos mais marcantes da série. Admito que não foi fácil filtrar somente 10 momentos, mas era necessário. Então, vamos lá. Mas atenção, o artigo tem SPOILERS de vários momentos importantes de Metal Gear Solid.

10 - O código no CD (MGS1)

Talvez o primeiro momento no qual a série mostrava que pretendia usar uma linguagem diferente dos videogames na época. E algo que, com certeza, explodiu algumas mentes. Pelo menos, até aquele momento do jogo.

Após encontrar com Kenneth Baker, presidente da ArmsTech, o figura, que está nas últimas, lhe passa instruções para entrar em contato com Meryl, e te dá um CD com informações confidenciais. E por fim ele fala que a frequência de rádio de Meryl está “atrás do disco”.

A dica era clara, "atrás do CD"
Pois bem, você verifica o item no jogo, e nada. Volta por praticamente todas as salas em busca de algum item que possa ter passado batido, e nada. Começa a entrar em pânico em busca do maldito código, e nada. Até descobrir que os números, de fato, estavam atrás do disco. Do seu disco do jogo. No verso da caixa do primeiro MGS, uma das fotos continha a fatídica frequência. Esteva lá o tempo todo.

09 - Ocelot Metralhadora (MGS4)

Durante a campanha de MGS4, chegamos a um ponto onde, aparentemente, Ocelot se encontra encurralado. Dezenas de soldados cercam o barco do vilão, pronto para prendê-lo. Mas ele não parece se importar tanto com isso.

Pelo contrário, como se fosse um passe de mágica, Ocelot vira completamente o jogo e promove um banho de sangue com seus inimigos. Uma cena digna de Hollywood.


08 - A escada

Em meio a batalhas épicas, reviravoltas de histórias e mecânicas inusitadas, temos aqui um momento que é simplesmente uma subida de escada. Mas o que há de especial em subir uma escada?

Esse trecho ocorre logo após a batalha contra The End. O que seria só um pedaço de cenário se mostra um trecho interminável de subida. Eis que então, no meio do trajeto, o tema de abertura começa a ser executado, a capela. Mais nada acontece, só a música e a sua subida pela escada.

Falando dessa forma, parece meio bobo, mas dentro do contexto do jogo, há algo poético nisso tudo. É um momento onde você jogador, e o próprio Snake, podem estar pensando sobre tudo o que aconteceu até então, as batalhas, a traição da The Boss, a ameaça de guerra nuclear. E tudo o que ainda estaria por vir na missão do futuro Big Boss.


07 - Trailers pré-lançamento de MGS2

Com o sucesso do primeiro MGS, uma sequência era apenas uma questão de tempo. As pessoas queriam jogar mais com Solid Snake, queriam ser surpreendidas novamente. E de fato foram, mas de uma forma que ninguém poderia imaginar.

Todos os trailers de MGS 2 mostravam o herói em ação, combatendo inimigos e se infiltrando em lugares inóspitos. O que ninguém sabia é que toda a ação mostrada era apenas da parte inicial do jogo. E que na maior parte desse segundo título, controlaríamos Rayden, um novo personagem que pegou todo mundo desprevenido. Óbvio que reclamações ocorreram e não foram poucas. Mas olhando hoje em dia, não tem como não achar isso algo fantástico.

Procurando alguma coisa?

06 - O plot twist de Metal Gear Solid 2

Sons of Liberty, já desde antes do lançamento, foi um jogo controverso, pois foi algo bem diferente do que os jogadores esperavam. Mas será que foi tão diferente assim?

No final do jogo, quando Ocelot aparece explicando quais suas reais intenções, ele explica que tudo aquilo foi uma simulação de treinamento. Uma experimento para criar o soldado perfeito que, com os estímulos corretos, poderia ter o mesmo potencial do lendário Solid Snake. Por isso, toda a invasão da Big Shell não passou de uma reprodução dos acontecimentos de Shadow Moses.

Ai você começa pensar na sequência de fatos e percebe que todos os acontecimentos chaves de MGS2 têm um paralelo com o primeiro jogo. Sequências de lutas, mortes. Quem queria mais MGS1 teve exatamente isso, uma reprodução de MGS1 em outro contexto. Nesse momento você descobre que foi só um peão, para servir aos propósitos de Ocelot.

E essa é só uma das viradas que a história te apresenta na retal final.

05 - Psycho Mantis (MGS1)

Uma das lutas mais emblemáticas da história dos videogames. Imagine chegar para lutar contra um chefe e ele começa a falar de você, no mundo real. Mantis vasculha seu cartão de memória e descobre o que você joga. Fazia o controle tremer e lia seus movimentos. Se hoje essa ideia é interessante, imagine o impacto disso em 1998.

Mantis chegava a citar nomes de jogos como Castlevania ou Winning Eleven. No remake Twin Snakes, para GameCube, o vilão saberia se você andou jogando Smash Bros. ou Super Mario Sunshine. A única forma de derrotá-lo era alterando o controle para o saída do player 2, para que o vilão não pudesse ler seus movimentos.


04 - Desafio de snipers contra The End (MGS3)

Outra batalha memorável da série, por inúmeras razões. A primeira delas é, justamente, que você pode vencer esse confronto sem sequer entrar na luta. A primeira opção, que é até um tanto quanto simples, é acertar The End com um tiro na primeira aparição dele, bem antes da luta si.

Já a segunda opção, essa sim é incomum. Após começar a batalha, basta você simplesmente desligar o jogo e voltar uma semana depois — ou adiantar o horário no seu console, dá no mesmo. Quando voltar, você vai notar que seu inimigo morreu de velhice. Um tanto quando absurdo, mas totalmente inesperado.

The End
De toda forma, apesar das alternativas de pular essa luta, eu não recomendaria fazer isso, já que ela é uma das mais gratificantes da franquia. A disputa entre dois snipers em mata fechada, a necessidade de rastrear o oponente pelos sons, ao mesmo tempo em que temos que evitar mostrar nossa posição é um desafio sem igual. Ouso dizer que é a melhor luta entre atiradores de elite já feita para videogames. E quem jogou sabe que não é exagero.

03 - De volta a Shadow Moses

Além de fechar todas as pontas da história, MGS 4 também é um grande fan service, um verdadeiro “muito obrigado” a todos os fãs que acompanharam a série até aquele momento. Mas dentro do jogo todo, um capítulo consegue se sobressair muito além do resto, que é quando Snake é obrigado a voltar a Shadow Moses, local onde se passaram os eventos do primeiro Metal Gear Solid, do PS.

Kojima brinca com as memórias do jogadores, chegando até a inserir um pequeno trecho jogável de MGS1 — que não passa de Snake tendo lembranças do passado. Durante todo o cenário, você vai reencontrar lugares conhecidos, que irão remeter a tudo que aconteceu naquela base.

Rex is back!
Logo quando você pisa na base, e a música “The Best Is Yet to Come” começa a tocar, a dose de nostalgia e emoção vai lá no alto. Esta tudo ali, do jeito que você deixou a tantos anos atrás. E percebe que o tempo passou, não só para Snake, mas para você também, caro amigo.

02 - Luta contra The Boss

Um grande jogo como Metal Gear Solid 3 não poderia ter um final mais apropriado do que uma das lutas mais dramáticas da série, em termos de narrativa. Naked Snake, após destruir a base russa e derrotar Volgin, precisa cumprir mais uma tarefa: eliminar sua mentora, The Boss, culpada de traição. Somente a morte dela poderia evitar um conflito nuclear entre União Soviética e Estados Unidos.

Ainda assim, ainda paira uma dúvida no ar, sobre quais as reais intenções de The Boss, que só são descobertas após sua derrota. Evitando maiores spoilers, fica claro para o herói que não houve soldado mais leal à sua causa do que a The Boss. E que ainda assim, ela seria enterrada como uma mera traidora, esquecida pelos tempos.

Para soldados, só há um caminho a seguir
Foi então que Naked Snake, a partir desse momento conhecido como Big Boss, começou a ter uma visão diferente do mundo. Valeria a pena lutar por um governo que o usa como um mero peão descartável?

01 - O final de MGS 4

Embora Metal Gear Solid 4, para muitos, não seja o melhor da série, coloquei a luta final no topo dessa lista, pois ela consegue sintetizar tudo o que foi a série até ali. O combate entre Liquid Ocelot e Old Snake serve como uma grande despedida de todo aquele universo e todos aqueles personagens, que você acompanhou durante anos.

E o que deixa a luta ainda mais emblemática é a sua divisão em quatro fases, cada uma remetendo a um dos quatro jogos principais da série. Cada mudança vem junto com a música tema e até mesmo a interface do jogo se altera. Se um turbilhão de sentimentos passou por você naquele momento, pode relaxar, você não foi o único.

No mais, não há muito que descrever aqui, apenas recordar todas as memórias que tivemos com a série, que culminaram até esse ponto. Resta apenas lutar como se não houvesse um amanhã. E depois se surpreender com as últimas linhas da história.

O ponto final.

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Esses foram dez momentos que, em minha opinião, representam o que é a franquia Metal Gear. Evidente que não são os únicos, e cada pessoa pode ter seu momento especial. Divida conosco então outros momentos dos quais você se recorda.

Revisão: Alberto Canen
Capa: Peterson Barros

Formado em Game Design, desistente da Matemática Aplicada e atualmente cursando Jornalismo. Ainda aguardo o retorno triufal da Sega, fã de Metal Gear, Dark Souls e várias coisas vindas lá do Japão.
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