Foi pensando nessa sequência que os desenvolvedores do estúdio mexicano Ansimuz Games criaram o jogo Elliot Quest. O título é uma homenagem ao The legend of Zelda II e aos jogos da geração 8-bit.
já vi esse nome em algum lugar |
Historia rasa, mas bem contada
Elliot Quest conta o drama do jovem Elliot. Atormentado por pesadelos e perdendo a vitalidade dia-a-dia, o rapaz descobre que foi amaldiçoado pelo demônio Satar que pretende possuir o seu corpo. Para se livrar da maldição, Elliot deve explorar Urule atrás da cura para a sua maldição.
Mapa de Urule(Qualquer semelhança não é mera coincidência) |
A historia do jogo é contada aos poucos, através de alguns pensamentos e pesadelos. Porém, a liberdade de exploração somada à pouca informação da história do game deixa o jogador confuso como o personagem do jogo. Durante a campanha, Elliot terá que fazer escolhas que irão definir qual dos três finais disponíveis encerrará o seu drama.
Gráfico e áudio caprichados
Elliot Quest é um Metroidvania que tenta trazer a nostalgia da geração 8-bit, que não se limita a imitar os jogos do passado. Com um design todo em Pixel Art, seus gráficos conseguem passar a semelhança de um jogo das primeiras gerações, porém, a variedade de cores utilizadas, o detalhamento dos cenários e os efeitos utilizados o deixam com um belo visual e mostram que se trata de um jogo bem recente. Na parte gráfica, ele só deixa a desejar na elaboração dos inimigos. Enquanto os chefes são muito bem trabalhados, alguns inimigos não receberam o mesmo tratamento, deixando a impressão de que foram feitos com certa preguiça, Assim como as bolhas de diversas cores que são encontradas durante o jogo.
Lindo Pôr do sol em Urule |
Falando sobre a parte sonora, o jogo está perfeito. As músicas conseguem trazer toda a nostalgia dos jogos antigos, lembrando muito as musicas da série Zelda. Elas conseguem acompanhar o clima de cada calabouço , mesmo nos maiores, não se tornando repetitivas, mas conseguindo passar toda a imersão necessária para a aventura.
Uma aventura grandiosa
A jogabilidade é ponto forte de Elliot Quest. Seus calabouços e cidades são acessados através de um mapa onde o jogador pode navegar livremente. Este mapa consegue passar a sensação de grandeza, além de instigar a exploração na busca por novas áreas. Dentro dos calabouços a jogabilidade muda para o estilo plataforma, e aqui que o bicho pega.
Com uma dificuldade acima da média, o jogador irá encontrar barreiras durante o avanço e exploração dos cenários, porém, isso não deve ser encarado como ponto negativo. A dificuldade elevada obriga o jogador a explorar ao máximo as áreas do jogo, buscando encontrar tesouros para comprar novos itens e ganhar experiências para fortalecer o personagem.
A experiência adquirida durante a aventura pode ser trocada por pontos de atributos do personagem e estes mesmos podem ser customizados de acordo com o estilo do jogador. Cada ponto de atributo pode liberar uma nova habilidade para o personagem, como a regeneração dos corações ou o alcance das flechas. Contudo, subir de level não será tão simples, pois cada vez que o personagem morre ocorre um decréscimo acentuado da experiência, o que pode atrapalhar a sua evolução.
Customize os atributos de acordo com o seu estilo de jogo |
Você vai ficar perdido
O desenvolvimento do roteiro não é muito bom, assim como a história não é explicada com muitos detalhes e é comum o jogador ficar perdido durante o jogo. Talvez, isso tenha sido feito de propósito para passar o sentimento de confusão do personagem, mas talvez o grande problema seja deixar o jogador avançar bastante dentro de um determinado templo para, só no final, deparar-se com um obstáculo que ele não consiga passar, seja por falta de algum item ou de alguma habilidade ainda não adquirida.
Durante a exploração de um dos calabouços eu só fui descobrir que precisava de uma habilidade especial durante a batalha contra o chefe final. Resultado: além de ter que morrer durante a batalha e perder experiência, tive que voltar todo o caminho avançado dentro do templo.
Elliot Quest foi analisado em sua versão para o console Wii U da Nintendo, em que foi lançado no dia 19 de Março deste ano, enquanto a versão para PC foi lançada no final de 2014. Mesmo assim diversos bugs foram encontrados durante a jogatina no Wii U. Em algumas áreas com muitos inimigos acontece uma queda no frame-rate do jogo, que atrapalha a precisão dos saltos e ataque aos inimigos. Outro problema encontrado ocorreu durante a transição de cenários. Por exemplo, o jogador troca de um ponto A para um ponto B. Quando tenta voltar do ponto B para o ponto A, acaba saindo num ponto C, o que é bizarro para um jogo que já está no mercado há mais de seis meses.
Esses Bugs não chegam a atrapalhar a jogatina e Elliot Quest acaba sendo uma boa pedida para quem gosta de jogos no estilo Metroidvania ou para quem gosta de um jogo com dificuldade acima da média.
Prós
- Calabouços bem elaborados
- Desafiante
- Homenagem a gerações passadas
Contras
- Não possui nenhum sistema de orientação
- Queda de frame-rate
Elliot Quest — Multi — Nota: 8.0
Revisão: Jaime Ninice
Capa: Felipe Araujo