DiscStorm, produzido pela britânica XMPT Games, transforma o inocente esporte recreativo em uma modalidade mortífera. O game apresenta ação desenfreada que vai exigir do jogador reflexos rápidos e uma certa dose de habilidade nos comandos para superar os desafios.
Não há exatamente muita história para ser contada. O título é um daqueles jogos mais focados na experiência do que no pano de fundo. Até porque, convenhamos, como justificar a inserção de um jogador dentro de uma arena enfrentando monstros terríveis tendo como arma seus três frisbees?
Arena de batalha retrô
O objetivo no modo solo é derrotar os inimigos acertando um de seus três frisbees neles no menor tempo possível e, se possível, sem morrer. Após arremessar o disco, é necessário recuperá-lo no ar ou no chão, após a aterrissagem. É possível usar sua super velocidade para desviar dos petardos adversários ou rebatê-los de volta para reduzir sua vida.O visual de DiscStorm é feito sob medida para os saudosistas da época 8-bits. As arenas são temáticas, retangulares e pequenas, cada qual com aparência e peculiaridades próprias, como passagens secretas, obstáculos, entre outras.
A trilha sonora segue o mesmo estilo da época poligonal, com efeitos simples que remetem a um passado (não) tão distante. As músicas são bem feitas, mas um pouco repetitivas – depois de um tempo ouvindo acaba enjoando.
Morra, morra, morra....
Graças aos cenários pequenos e quantidade de elementos na tela, a jogabilidade é bastante frenética e exige treino do jogador. Mesmo as primeiras fases já apresentam um nível de dificuldade elevado. Os inimigos são rápidos e correm para cima do protagonista o tempo todo: ou você tem uma boa pontaria para eliminá-los ou precisará caprichar nos dribles. Sério, você provavelmente vai morrer bastante até pegar o jeito da coisa.Pode-se jogar pelo teclado + mouse ou em um controle. A parte ruim é que não existe a opção de ajustar os comandos de acordo com a sua preferência. Não gostou da disposição de botões ou das teclas? Problema é seu. Senti bastante dificuldade porque o esquema padrão não tem um sentido lógico (pelo menos, não para mim).
Os jogadores de disco
Você pode escolher entre cinco personagens: Dexter, Navika, Gustav, Alyssa e Millie. Cada um possui características físicas diferentes e cores próprias de frisbee. As habilidades, no entanto, são as mesmas, por isso não importa muito qual será sua escolha.A cada fase superada, o jogador libera uma nova roupa para um personagem. A recompensa se restringe apenas a isso, o que pode acabar desmotivando o jogador a buscar placares maiores. Depois de zerar o modo solo, dificilmente alguém voltará para tentar conseguir rank A em todas as arenas – exceto, é claro, os caçadores de troféus/conquistas.
Potencial desperdiçado
O foco de DiscStorm parece ter sido o multiplayer. Os próprios trailers divulgados sempre deram ênfase a essa modalidade. E neste aspecto, as coisas ficam bem melhores. Se você e seus amigos já pegaram o espírito do game e conseguiram dominar os controles, certamente vão ter horas de diversão nas batalhas entre si. Dá para jogar com até quatro players simultâneos, cada um com seu controle.A parte inexplicável é que só é possível jogar localmente: os confrontos via internet simplesmente não existem. O que deveria ser o trunfo do título acaba se tornando a decepção, um enorme potencial desperdiçado.
DiscStorm não é necessariamente um game ruim. Seria melhor qualificá-lo como uma boa ideia que foi mal executada. Os cinco jovens produtores da XMPT Games ainda precisam caprichar um pouco mais para conseguir cativar o público.
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Confira um pouco da jogabilidade no trailer abaixo:
Prós
- Localização em português;
- Proposta inovadora;
- Visual retrô bonito.
Contras
- Comandos ruins e impossíveis de serem alterados;
- Pouco conteúdo adicional;
- Falta de opção para seleção de dificuldade;
- Multiplayer apenas local.
DiscStorm — PC — Nota: 6.5
Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araujo