Blast Test

Dungeon League (PC) tenta, mas não entretém

Titulo Indie aposta em arte retrô e multiplayer local, mas será essa uma boa ideia?

em 31/07/2015
Desenvolvido pela Achebit, Dungeon League é um título Indie que está atualmente em Acesso Antecipado no Steam e que embora aposte tudo em uma premissa legal, sua execução não é das mais favoráveis. Sendo inspirado no conhecido gênero de jogos competitivos, os MOBAs (DotA, League of Legend e outros) e também em dungeon crawlers, o título promete diversão para até quatro jogadores, que devem se digladiar em arenas com os mais variados objetivos. Confira o trailer:

O que é Dungeon League?

A premissa é simples: junte seus amigos e jogue partidas competitivas e descontraídas. O jogo se baseia na ideia dos dungeon crawlers, possuindo um design de arenas que lembra bastante os calabouços do gênero e tendo vários inimigos por suas salas. Além disso, também tenta deixar o jogo bem acirrado com a inclusão de mecânicas presentes nos MOBAs: como distribuição de pontos entre quatro habilidades, partidas avulsas e uma loja para comprar novos equipamentos com efeitos especiais. É uma ideia legal e também perigosa: há de ter um balanço bem tênue para tudo isso funcionar.

Um dos grandes problemas é que o jogo oferece apenas Multijogador Local e há vários e vários bugs que podem atrapalhar a sua experiência. Apenas o fato de um jogo que aposta apenas no Multijogador não oferecer partidas online é uma grande decepção, já que muitas pessoas preferem jogar assim pela comodidade. Como não há a possibilidade de jogar sozinho e não há campanha alguma, aproveitar o título se torna complicado.
Um dos vários objetivos
A direção de arte e escolha de um visual retrô fazem muito bem ao jogo e os personagens criados combinam bastante com a premissa do título. Contudo, apesar de serem condizentes, as animações dos personagens e monstros ainda são um pouco travadas e, por vezes, estranhas. Seu personagem, muitas vezes, parece estar atacando para o lado errado e isso é bastante esquisito. Já a dublagem dos personagens e do narrador é excelente, muito atmosférico e divertido, encaixando perfeitamente na proposta do jogo.



Bem vindo a liga

Ao iniciar uma partida, dependendo da quantidade de jogadores, cada um escolhe seu personagem e time e compra seus itens e habilidades para entrar na arena. Então, dependendo do objetivo, que vai desde Capture the Flag (Capture a bandeira) à Deathmatch (mata mata), os jogadores devem pontuar para seus respectivos times e ganhar os rounds. Quem ganhar mais rounds vence a partida. Isso tudo enquanto as salas estão repletas de monstros e baús, o que deixa tudo mais perigoso ainda.

Tendo os mais variados objetivos, o jogo conta no momento com apenas um dos quatro modos prometidos: o Tournament (torneio). Nesse modo pode-se jogar contra times de um a três jogadores. Os mapas, por serem arenas, são praticamente iguais e embora haja variação no formato das salas, as diferenças são tão pequenas, que pouco importam na formulação de táticas, o que traz mais um problema.




Vários tropeços

Outro problema é o ritmo do jogo: extremamente entediante. Quero dizer, há vários modos de jogo, mas a repetição do mapa e os eventuais bugs, glitches e falta de balanceamento te fazem considerar outras opções que sejam online, ou outros jogos cooperativos que sejam mais divertidos. Os objetivos por vezes são muito simples e não dão um quê extra ao jogo, não te dão uma motivação para jogar com afinco, não parece algo balanceado para ser competitivo. Fora que toda a escolha de design foi feita para o jogo funcionar bem em quatro pessoas, ou seja, se você se interessou, é bom ter aí aqueles quatro controles em casa.
Por mais estranho que seja, a experiência é acumulada durante os rounds e só é recebida após o término deles.


Uma coisa que penso ser muito importante em jogos assim, são as formulações de estratégias, e Dungeon League, apesar de tentar, tropeça várias e várias vezes. Primeiro: todos os heróis possuem pouca mana (até os magos!): se você soltar duas magias, já era. E pra recarregar ou você espera (relativamente demorado) ou pega umas poções que são derrubadas de inimigos. O que já gera mais um problema: pelo tamanho do cenário, embates são constantes, então provavelmente não terá tempo para ficar carregando mana. O que me fez pensar porque os desenvolvedores se utilizaram desse sistema, quando podiam apenas colocar tempo de recarga nas habilidades e deixar tudo mais simples.

Segundo: por não existirem caminhos longos para bases inimigas, nem lojas de itens dentro do próprio cenário (é possível comprá-los apenas antes de entrar na partida) e inimigos aparecerem aleatoriamente pelas salas, todas as batalhas se tornam automaticamente a mesma coisa: quem consegue soltar e acertar duas magias primeiro. Ou até pior: as vezes os inimigos são tão fortes nas salas do calabouço, que mal dá para se preocupar com outros jogadores. Algumas vezes eu não conseguia nem sair do local de renascimento. Então sim, minha experiência com o jogo não foi muito proveitosa.
Durante os rounds, é possível comprar novos itens e novas habilidades para seu personagem.

Para quem eu recomendaria?

Considerando tudo isso e apesar de o jogo estar em Acesso Antecipado, há muito, muito mesmo o que melhorar. Há vários problemas de jogabilidade e a falta de inclusão de um modo multijogador online e mais de quatro jogadores atrapalha e só cria barreiras para o aproveitamento do prematuro título. Minha dica seria esperar e ver quais mudanças serão adicionadas antes de apoiar o projeto que, atualmente, não tem uma execução bacana.

Dungeon League está atualmente em Acesso Antecipado no Steam e pode ser comprado por 19.99 reais.

Revisão: Farley Santos
Capa: Guilherme Kennio

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