Mighty No. 9 não é Mega Man
Faço esta afirmação desde que tive contato com a demo pela primeira vez e ela sempre confunde aqueles que veem um robô azul e a sua irmã robô enfrentando oito chefes e absorvendo seus poderes. Este texto do Henrique S., colega meu e grande conhecedor de Mega Man, explica melhor o que quero dizer, e complementaria apenas dizendo que há uma relação muito forte com Azure Striker Gunvolt, no aspecto do fluxo de ataque ser atirar — marcar o inimigo — usar um golpe que o elimina e fornece recompensas.Esse entendimento é importante para compreender a minha sensação ao jogar três estágios escolhidos por mim nesta demo. Iniciei pela fase de Shade, o Mighty No. 8. Ao contrário do padrão linear esperado por um jogo do gênero, ela é uma fase circular dentro de uma mansão. Iniciamos no hall principal e, logo depois, podemos ir para a direita e para a esquerda, dando a volta se seguirmos indefinidamente em um sentido. O objetivo não é chegar em uma sala final, mas ir procurando Shade, que se esconde em uma das salas. Uma proposta original e inédita.
A segunda fase que joguei foi a Military Base, de Mighty No. 5, presente na primeira demo. Bem pouca coisa mudou naquele que já considero um dos estágios com melhor level design que já joguei do Inafune, e é a melhor fase para tomar compreensão de como a absorção do Xel é importante para manter um ritmo acelerado no jogo. Ela manteve minhas expectativas positivas sobre Mighty No. 9 e deu para perceber que a estética do game está bem mais polida. Embora a direção de arte pareça confusa, ela contribui para o design do jogo.
Um bom jogo se faz com uma boa introdução
Por fim, aproveitei os momentos finais para conhecer a fase introdutória do jogo. Como é de se esperar, ela dá tempo e desafios adequados para um principiante entender as mecânicas do título, desde a parte inicial até o boss, no qual fica compreensível como é o processo necessário para vencê-los. Precisamos atacar o chefe até atingir 25% da barra para, por fim, desferir o dash e absorver seu Xel. Fazendo isso quatro vezes, derrotamos o inimigo.Uma das mecânicas herdadas de Mega Man é a de obter o poder dos chefes. As armas obtidas não eliminam os inimigos atingidos, mas os marca para que seu Xel seja absorvido. A diferença é o alcance que a arma permite atingir. Temos desde armas explosivas até espadas para atacar a curtas distâncias, mas o dash continua sendo o ataque fundamental para eliminar os adversários.
Mighty No. 9 pode não ser um Mega Man, mas com certeza virá para preencher uma lacuna presente no coração dos fãs. Trata-se de um jogo capcioso e dinâmico, uma evolução interessante daquilo que representa a escola de Keiji Inafune, uma das mais bem-sucedidas da história dos videogames. Dia 15 de setembro poderemos finalmente colocar as mãos nesse título que promete ser um grande sucesso.
Revisão: Alberto Canen