Jogos que foram anunciados, mas nunca viram a luz do dia

Confira a lista com 10 jogos que poderiam ter feito grande sucesso, só que jamais chegaram em nossas mãos.

em 06/05/2015

Não é raro algum estúdio anunciar um grande título, nos bombardear com detalhes para inflar nosso hype e em seguida tirar o doce de nossas bocas. O cancelamento de jogos é algo muito comum e pode acontecer por diversos motivos, que vão desde a falta de dinheiro até brigas internas entre produtores. Como um dos assuntos do momento é o fim da linha para Silent Hills, que tal relembrarmos outros games que nunca tivemos a chance de experimentar? Quem sabe um dia algum deles possa ter seu desenvolvimento retomado.

10. inSANE (PS3/X360/PC)



Silent Hills não foi a primeira tentativa frustrada do diretor de cinema Guillermo del Toro estrear no universo dos videogames. Em 2010, durante o Video Game Awards, foi anunciada a trilogia de horror de sobrevivência batizada de inSANE. O jogo, segundo o próprio cineasta, iria levar os gamers a um lugar nunca antes visto, onde cada decisão a ser tomada faria os jogadores questionarem seus próprios conceitos de moralidade.

O trabalho de transformar a ideia em realidade seria realizado pela THQ, e a previsão era de que o primeiro episódio da franquia fosse lançado em 2013 para PlayStation 3, Xbox 360 e PC. Entretanto, o estúdio enfrentava séria crise financeira e optou pelo cancelamento em 2012, repassando os direitos sobre a propriedade intelectual de inSANE para del Toro. O diretor ainda procurou outras empresas para tentar dar vida ao projeto, porém não obteve sucesso e acabou o engavetando. O único material concreto que existe é o teaser divulgado na época em que foi anunciado.


9. Capcom Fighting All-Stars: Code Holder (PS2/Arcade)


No início dos anos 2000, a Capcom viu a Akira desenvolver o primeiro Street Fighter com personagens poligonais lutando em cenários 2D e, para não ficar para trás, também decidiu levar Ryu e companhia para o mundo da terceira dimensão. Entretanto, houve um racha dentro do estúdio, com alguns profissionais preocupados em manchar a valiosa franquia de luta caso algo desse errado na produção. Para driblar essa questão, os executivos decidiram seguir em frente com a adaptação de Street Fighter para o 3D, mas com a condição de que personagens de outras franquias da Capcom aparecessem: assim surgia Capcom Fighting All-Stars: Code Holder.

Entre os lutadores selecionáveis estariam Ryu, Chun Li, Alex e Charlie (Street Fighter), Mike Haggar e Poison (Final Fight), Batsu e Akira (Rival Schools), além de Strider Hiryu (Strider). No enredo, Hagar pede ajuda aos demais lutadores para localizar uma poderosa bomba que Death, inimigo da história, escondeu em Metro City. A Capcom chegou a liberar o beta do jogo, que estava prometido para PlayStation 2 e arcades, entretanto, a recepção acabou sendo muito negativa e, por isso, o cancelamento aconteceu em agosto de 2003. Porém nem todo o trabalho caiu no lixo e algumas partes foram reaproveitadas em Capcom Fighting Jam. Por ter sido interrompido em etapa avançada, Capcom Fighting All-Stars: Code Holder tem um trailer mostrando bastante de como seria sua jogabilidade.


8. LMNO (X360/PS3)

Realmente, a vida de diretores de cinema não é nada fácil quando tentam se aventurar no desenvolvimento de algum jogo. Nem mesmo o famoso Steven Spielberg conseguiu se dar bem. O responsável por filmes como Jurassic Park e Indiana Jones esteve envolvido, em 2008, na criação de LMNO. A promessa era de algo cinematográfico e que contaria com avançado sistema de inteligência artificial.

Criado pela Electronic Arts e com versões para PlayStation 2 e Xbox 360, a aventura teria visão em primeira pessoa e contaria com elementos de RPG. A história seria focada no relacionamento do personagem principal, um agente secreto, com uma alienígena de aparência humana chamada Eve. O comportamento e ações de Eve mudariam conforme as decisões tomadas durante a jogatina, fazendo com que o jogador desenvolvesse um sentimento real pela companheira durante o desenrolar da história.

Analisando as ideias de Spielberg, a EA considerou que esse seria um trabalho atípico e caro de ser desenvolvido. O estúdio pouco falou sobre o projeto, mesmo após tê-lo anunciado, e acabou oficialmente cancelando LMNO em 2010. No teaser divulgado, a mensagem era de que o título faria os jogadores chorarem e, realmente, nos deixou tristes, mas por nunca ter chegado ao mercado.


7. StarCraft: Ghost (PS2/XBOX/GC)

Um jogo que nunca foi cancelado oficialmente, mas que está com seu desenvolvimento interrompido desde 2006. StarCraft: Ghost foi anunciado pela Blizzard, em 2002, para PlayStation 2, Xbox e GameCube. Ghost fugiria do gênero estratégia já conhecido de StarCraft e seria uma aventura em terceira pessoa, em que o jogador assumiria o controle de Nova, uma espiã Terran com poderes psíquicos.

Em sua missões, Nova teria que abusar de habilidades furtivas para atravessar os cenários futuristas. A personagem teria à sua disposição um vasto arsenal, com equipamentos como um dispositivo de camuflagem, óculos de visão térmica, além de rifles e espingardas. Mesmo sendo muito esperado pelos fãs de StarCraft, a Blizzard informou que iria adiar indefinidamente Ghost e, desde então, não falou mais nada. Cabe a nós assistirmos o vídeo com a jogabilidade e imaginar como seria se realmente tivesse sido lançado.


6. Mega Man Universe (X360/PS3)


Há tempos aguardamos algo novo estrelado pelo bombardeiro azul e essa espera poderia ter sido aliviada caso Mega Man Universe não tivesse sido cancelado. A Capcom prometia inovar, reunindo Mega Man, Rock Man e até o Bad Box Art Mega Man em uma aventura que apresentaria todas as características marcantes da série. Outra novidade seriam as presenças ilustres de Ryu (Street Fighter) e Arthur (Ghost ‘N’ Goblins).

Mega Man Universe também permitiria que os jogadores criassem seus próprios cenários e personagens e os compartilhassem com outros gamers ao redor do mundo. O jogo seria lançado para Xbox 360 e PlayStation 3 através das suas respectivas lojas online, mas foi cancelado após Keiji Inafune, criador de Mega Man, ter saído da Capcom, em outubro de 2010. Para amenizar um pouco a saudade do robozinho azul, podemos assistir ao que já estava pronto.


5. The Dark Knight (PS3/X360)


Na quinta posição está uma história tão obscura quanto o próprio Homem-Morcego. Em evento de divulgação do filme Batman: O Cavaleiro das Trevas, o ator Gary Oldman, que interpreta Jim Gordon, acabou revelando que estava em desenvolvimento um jogo baseado no longa-metragem. Por trás do projeto havia o estúdio Pandemic Brisbane, trabalhando em parceria com a EA.

The Dark Knight estava sendo pensado para PlayStation 3 e Xbox 360 e deveria ser lançado em paralelo ao filme, no ano de 2008. Seria apresentada uma Gotham City no formato de mundo aberto e seguiria os acontecimentos mostrados no cinema. Mas devido a vários desentendimentos entre a Pandemic e a Electronic Arts, toda referência à produção acabou sendo apagada da face da Terra. Se destruir o trabalho de meses já não fosse suficiente, a revista estadunidense Newsweek realizou um estudo e concluiu que se o jogo realmente tivesse chegado ao mercado na mesma época em que o longa estreou nas telonas, os estúdios teriam lucrado algo em torno de US$100 milhões.


4. Donkey Kong Racing (GC)


Um jogo para GameCube que prometia ser o novo Mario Kart. Essa era a expectativa sobre Donkey Kong Racing. A ideia era misturar elementos de Donkey Kong 64 e Diddy Kong Racing (N64), em corridas por cenários que sofreriam influências de fenômenos naturais, como árvores balançando, o sol se pondo e a poeira levantando. O grande diferencial é que, desta vez, as disputas não envolveriam nenhum tipo de veículo, os Kongs competiriam montados em animais já conhecidos da franquia, tanto os amigos, como o rinoceronte Rambi, quanto inimigos, como a abelha Zinger.

O título estava sendo desenvolvido pela Rare e a perspectiva era que fosse lançado em 2002. Porém neste mesmo período o estúdio acabou sendo comprado pela Microsoft e a chance de DK ganhar algumas medalhas de ouro foi descartada como uma casca de banana. O único material que sobrou para contar a história foi a sequência de introdução apresentada na SpaceWorld 2001.


3. Star Wars 1313 (PS4/XBO)


Com conteúdo mais adulto, que exploraria temas como prostituição e terrorismo. Esse seria Star Wars 1313, anunciado em 2012. No papel de um caçador de recompensas, o jogador deveria explorar o nível subterrâneo número 1313 do planeta Coruscant para desvendar a verdade sobre uma conspiração criminosa. Bom enredo, personagens de Star Wars e lançamento garantido para dois consoles da nova geração, o que poderia dar errado? A Disney ter comprado a LucasFilm...

Alguns dias após ter adquirido a empresa, a casa de Mickey Mouse resolveu encerrar as atividades da LucasArts, departamento que era responsável pela criação do jogo. Com isso, todo o trabalho, que já estava em estágio avançado, foi banido para uma galáxia muito, muito distante.


2. The Lord of the Rings: The White Council (PS3/X360/PC)


Explorar toda a Terra-Média sem restrições e participar das batalhas travadas na Guerra do Anel é o desejo de qualquer fã de O Senhor dos Anéis. Esse sonho quase se tornou realidade com The Lord of The Rings: The White Council, que seria um RPG ambientado num enorme mundo aberto e funcionaria como complemento aos filmes da franquia no cinema. No jogo, anunciado pela EA, em 2006, seria possível criar personagens humanos, elfos, anões e hobbits, e o objetivo principal era se tornar um herói do Conselho Branco, composto por Gandalf, Saruman, Galadriel e Elrond.

Haveria também um sistema de inteligência artificial sofisticado, baseado na tecnologia de The Sims. Apesar de a ideia parecer fantástica, o trabalho acabou sendo interrompido, em 2007, sem nenhuma explicação e, desde então, nunca mais a Electronic Arts voltou a falar em The White Council. O que ficou vivo foram apenas algumas artes conceituais.


1. Super Mario 64 2 (64DD)


O fracasso do Nintendo 64DD foi o responsável pelo cancelamento que mais lamentamos neste Top 10, o tão sonhado Super Mario 64 2. O desenvolvimento foi interrompido ainda no início, porém o tempo de trabalho foi suficiente para criação de uma demo, que nunca chegou a ser mostrada ao público. Para quem não se lembra, o 64DD é um periférico utilizado para que o Nintendo 64 pudesse suportar conteúdos maiores e com grande quantidade de dados, porém o equipamento foi um fracasso de vendas no Japão e a Big N o descontinuou após um ano de seu lançamento, sem sequer tirá-lo da Terra do Sol Nascente.

Pouco se sabe sobre quais eram as ideias para Super Mario 64 2, mas a principal inovação seria a inclusão de um modo multiplayer, além de novos power-ups. Mesmo com o jogo tendo entrado pelo cano, os conceitos pensados para a continuação da primeira aventura tridimensional do bigodudo foram reciclados e reaproveitados em títulos lançados posteriormente, como Super Mario Sunshine (GC) e Super Mario 64 DS.

Houve ainda uma segunda tentativa de criar a continuação, que ficou conhecida como Super Mario 128. Na SpaceWorld de 2000, a Big N divulgou um demo em que 128 Marios apareciam na mesma tela. Porém, após o evento, poucos detalhes se tornaram públicos e somente em 2007 Shigeru Miyamoto revelou o que aconteceu com Super Mario 128. "A maioria de vocês já jogou", explicou o produtor, indicando que o conceito foi reaproveitado em Pikmin


It's dangerous to go alone

É cheio de obstáculos o caminho que um jogo deve percorrer desde sua ideia inicial, até enfim chegar em nossas mãos. Qualquer deslize nesse trajeto pode significar game over para o projeto. Aos fãs, não resta outra alternativa a não ser torcer para que essa lista cresça muito pouco nos próximos anos, afinal quanto mais opções tivermos a nossa disposição, melhor. E qual dos integrantes deste Top 10 faz mais falta na sua coleção atual?

Revisão: José Carlos Alves
Capa: Ana Carolina

É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.