League of Legends (PC) e o dia em que me convenceram a jogá-lo

Que League of Legends é um fenômeno mundial, não é novidade para ninguém. Novidade mesmo é um Redator ter começado a jogá-lo semana passada.

em 17/04/2015
Sempre fui bastante resistente com jogos MOBA (Multiplayer Online Battle Arena) desde quando parei de jogar o primeiro DotA. Isso se deve muito ao fato de eu, particularmente naquela época, ficar enjoado do estilo do jogo e achar que tudo o que apareceu depois eram meras cópias do DotA original, incluindo o próprio DotA 2 (PC) (não me apedregem, por favor!).


Mas amigos e outras pessoas próximas tiraram 2015 para fazer com que eu voltasse a gostar do gênero. Primeiro, com Awesomenauts (PC), mostraram-me que os jogos no estilo MOBA estão começando a ter uma identidade própria e nem sempre são cópias escarradas do primeiro DotA. E agora, conseguiram a proeza de me convencer a jogar League of Legends (PC), um dos jogos mais amados e odiados desde Tibia (PC).

É essa experiência que venho dividir com vocês na crônica de hoje. O que achei de ter jogado o tão famoso jogo da Riot com os meus amigos? Bom, continue lendo e você vai descobrir!


Uma breve historinha…

Primeiramente, para quem não sabe, os MOBA se tornaram um estilo e um gênero de jogo através de um mapa de Warcraft III idealizado por Eul, e adaptado para a forma que o conhecemos hoje por IceFrog e Guinsoo, em 2005. Esse mod de jogo trazia duas frentes de batalha (Sentinels e Scourges) que se enfrentavam em três linhas de combate (Mid, Top e Bot) visando uma destruir a principal construção da outra (Tree of Life e Frozen Throne). Esse, senhoras e senhores, era Defense of the Ancient, ou simplesmente, DotA.

O modelo básico de jogo não mudou muito de lá para cá, mas o que aconteceu inicialmente para que o jogo único virasse um gênero foi a viralização do título original na época e a separação da sua equipe original. Com a equipe de DotA Allstars separada, cada dupla ou trio passou a trabalhar em seu próprio projeto por conta propria. Foi aí que surgiram League of Legends (2009), Heroes of Newerth (2010) e DotA 2 (2011).



Depois disso o boom dos MOBA foi claro. Atualmente, LoL e Dota 2 são os mais jogados do gênero, porém, League of Legends ainda carrega o título de jogo de PC mais jogado do mundo. A sua popularidade deu abertura para que outros jogos como Awesomenauts e Smite dessem as caras por aí. Mesmo assim, eu ainda era resistente a ele.

As tentativas contra uma cabeça dura

Já fazia mais de um ano que um amigo tentava me convencer a jogar League of Legends. Ele não havia jogado os “anos dourados” do primeiro DotA, mas havia adorado o game da Riot. Porém, a minha já citada resistência estava a todo vapor. Pra mim, MOBAs eram todos a mesma coisa (calma, não me matem ainda!).



Havia jogado uma vez o jogo na conta dele, há muito tempo. Escolhi pra mim o campeão Volibear e joguei uma partida contra NPCs. Foi uma partida bem insossa e passou longe de ser o suficiente para me fazer gostar do jogo. Talvez o estilo do personagem ou a minha cabeça dura na época tenham atrapalhado um pouco, mas a realidade é que eu não havia me encantado pelo game, então larguei pra lá (e continuei sacaneando meu amigo por ele jogar, porque sabem como é a zuera, certo?).

Mais de um ano depois do episódio fracassado, esse mesmo amigo voltou a jogar depois de um tempo afastado e conseguiu juntar outros dois companheiros nossos para as suas partidas online. Mais uma vez, mantive-me apenas no camarote, continuava sem me encantar pelo jogo. Fora isso, a rotina cada vez mais puxada da minha vida pessoal não me ajudava muito a simpatizar com ele.

Volibear sendo rejeitado por mim :)

Já vi isso em algum lugar…

Os finais de semana foram passando e comecei a me acostumar a ouvir meus amigos conversando sobre League of Legends, comecei a me acostumar com algumas gírias próprias do game e até a decorar o nome de alguns campeões, tudo porque não gosto de ficar sobrando dentro de um assunto.

Ora vendo eles jogarem, ora conversando com eles no Skype enquanto eles morriam de rir durante as partidas, alguma coisa dentro de mim começou a se revirar. A alegria contagiante da época em que eu jogava DotA na lan house estava ali com eles, eu podia ver isso. Então, mantendo toda a minha cabeça dura, comecei a perguntar mais, a tirar mais dúvidas sobre o jogo e a me interessar mais.

Foi aí que percebi que as skills (habilidades) dos campeões não eram exatamente as mesmas do primeiro DotA, mas algumas realmente lembravam bastante. Seja um ultimate, o efeito de um item, ou a Ashe ser idêntica a Traxex; diversas coisas em League of Legends começaram a me remeter ao DotA original, mas, ao mesmo tempo, me traziam a curiosidade de ser algo novo; não era exatamente o mesmo jogo como eu achava que fosse. Foi aí que esse meu amigo, muito esperto, me mostrou o campeão ideal…

Aesh e Traxex... não necessariamente nessa ordem o_0

Quem é esse Garen?

Conhecendo a minha paixão por personagens brutamontes, pesos-pesados e tankers, meu companheiro de jogatina me apresentou alguns campeões específicos: Leona, Taric e Garen. Leona é uma boa personagem, com ótimas habilidades e um visual bem inovador para uma Tanker, mas muito lenta para mim. Ao mesmo tempo, Taric era resistente e com habilidades de cura ótimas, porém, mesmo que eu goste bastante da função de suporte, não era o que eu procurava.

Aí eu vi o Garen. Era simplesmente um tanker com a habilidade de tornado que já me era muito conhecida do primeiro DotA, através do bom e velho Yunero. Achei o visual dele bacana e suas habilidades melhores ainda. Pude ver a carinha de satisfação desse meu amigo ao ver que eu havia gostado do campeão, mas minha cabeça dura foi mais forte e não adimiti de primeira que jogaria o bendito jogo. Mesmo sabendo que iria fazê-lo cedo ou tarde.



Para quem não conhece, o personagem Garen é o líder da Vanguarda Destemida, braço mais forte do exército de Demacia, sua terra-natal. Garen segue à risca o costume do seu povo: nunca desistir, nunca se render e nunca arrumar desculpas para não conseguir o que se almeja. Mas em uma de suas batalhas, deu de frente com Katarina, inimiga mortal e suposta paixão secreta, que é uma das únicas a conseguir enfrentar o chamado “Poder de Demácia” de igual para igual. Desde então, Garen vive apenas para encontrar novamente a assassina para que possam trocar espadas novamente.

Mas vamos continuar a nossa história…

Um acúmulo de interesses…

Comecei a ficar bastante instigado a jogar, mas minha vida pessoal estava me impedindo disso. Faculdade, trabalho, obrigações e complicações me tiravam todas as horas que eu poderia ter para conhecer mais sobre o jogo. Mas foi nessa situação que “os Vingadores” foram reunidos e, finalmente, fui convencido de vez a jogar.

O primeiro interesse foi o de uma amiga que joga no servidor norte-americano de League of Legends por motivos geográficos. Ela queria mais companheiros para jogar e se interessou bastante pela possibilidade de ter dois novos companheiros de batalha.



Em seguida, veio meu amigo novamente, que concordou em jogar em um novo servidor a fim de crescer sua conta junto com a minha, para que fosse mais divertido o processo. Com os dois já com contas criadas no “novo” servidor, o segundo interessado já estava pronto.

Mas a gota d’água pra mim, sem dúvida, foi a “pseudobronca” que recebi de outro amigo, jogador de DotA 2. Doteiro ativista, ele ouviu minha história de que estavam me convencendo a jogar League of Legends e então sua reação foi incrível: “joga, cara! Você vai gostar!”. Esse meu amigo alegou que eu estava muito estressado com a rotina pesada e que jogar o MOBA com meus amigos faria bem pra mim. Bom, ele acertou, e esse foi o terceiro interessado entrando para o time: eu.

A primeira partida a gente nunca esquece…

Claro, fui de Garen. Com meus companheiros incorporando Ahri e Shyvana, começamos a jogar algumas partidas. Não demorou muitas jogatinas para outro amigo nosso entrar na bagunça e incorporar Lux e Teemo. Sua namorada, também nossa amiga, veio logo depois, incorporando a psicopata Jinx.



O jogo é divertido, isso é inegável. Seus personagens são carismáticos e com certeza tem um ideal para você. Existem skills criativas e a mecânica de jogo, mesmo um pouco engessada à primeira vista, abre um leque de possibilidade quando você se acostuma com as mecânicas próprias da cultura do game (como o fato de existirem funções específicas para cada lane).

Não é difícil entender o motivo de League of Legends ser um dos jogos mais jogados do mundo atualmente. O título combina carisma de personagens, jogabilidade fluida e conteúdo vasto (mesmo que pago, algumas vezes) com uma ótima didática de aprendizado. Mas, além disso, também traz a possibilidade de reunir bons amigos e morrer de rir enquanto mata e morre durante as partidas, tudo num visual quase cartunesco caricato.

Na minha primeira partida contra jogadores, bom… Eu perdi, mas não tão feio como eu imaginava que perderia (agradeço as minhas horas de DotA por isso). Mas valeu a pena e, depois dela, muitas outras vieram. Quando dei por mim, já estava falando a língua deles, eu era um jogador de LoL!


A válvula de escape ideal

Nem todos os meus amigos têm o mesmo console de videogame. Nem todos possuem o mesmo portátil. Mas todos possuem um computador com, pelo menos, a configuração mínima para rodar um jogo do nível de League of Legends. Conseguir encontrá-los numa conversa do Skype e nos reunir para jogar, nem que seja uma vez por semana ou menos, me fez muito bem.

Tirar algumas horinhas por semana para se divertir, independente da sua rotina, é essencial para que você se desligue um pouco dos problemas do dia-a-dia e alivie um pouco o estresse mental. League of Legends é um ótimo game e me ajudou muito com isso.



Claro que bons amigos, independente do jogo que jogam, vão sempre nos ajudar com isso, mas foi legal ter os amigos por perto e ouvir um “DEMÁCIAAA” enquanto eu matava uns jogadores online, roubando várias kills daquele que mais lutou pra me convencer a jogar. Eu me pergunto se depois do triple kill que eu roubei dele “sem querer” durante uma de nossas partidas, ele não se arrepende de ter me chamado para ser seu companheiro de batalha…


Revisão: Alberto Canen
Capa: Angelo Gustavo








Gilson Peres é Psicólogo e Mestre em Comunicação pela UFJF. Está no Blast desde 2014 e começou sua vida gamer bem cedo no NES. Atualmente divide seu tempo entre games de sobrevivência e a realidade virtual.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.