Análise: Final Fantasy: Record Keeper (iOS/Android) salva a memória da franquia

Square Enix forma parceria junto à DeNA Corp para fazer excelente tributo à serie Final Fantasy em dispositivos mobile e o resultado é magnífico.

em 05/04/2015
Já fazem 25 anos (27 se considerar a data de lançamento no Japão) que o primeiro Final Fantasy foi lançado e muitas histórias foram contadas. Quem não acompanhou todos os títulos da série ou quer relembrar fatos, ou personagens importantes, tem a oportunidade de saber um pouco mais com este excelente game.

Uma história sobre muitas histórias 

Em um mundo paralelo, onde os feitos heróicos são catalogados, emoldurados e guardados como pinturas, as coisas corriam tranquilas até que os quadros começassem a escurecer. Forças malignas estão roubando as memórias épicas e cabe ao aprendiz de bibliotecário, Tyro, retorná-las ao seu lar emoldurado. Mas como? Revivendo cada uma delas junto a seus respectivos personagens!!

O enredo de  Final Fantasy: Record Keeper é bastante simples, mas funciona de acordo com a proposta do jogo: lembrar de fatos históricos. E não é só isso, pois, de uma forma bastante compacta, consegue contar todas as histórias de todos os jogos da série.  Um título da série  Final Fantasy é uma história completa, os personagens não costumam aparecer em mais de um título, salvo raras exceções. Por isso, cada game é representado por uma sala com um numeral relativo à série. Como em um livro infantil, grandes imagens, seguidas de um excelente texto explicativo, narram as histórias em cada game da franquia.

Cada imagem representa uma “fase”, que deve ser completada a fim de reestabelecer a história. Inicialmente, contando apenas com o aprendiz de bibliotecário, Tyro, ao longo do jogo, outros heróis da série vão aparecendo para ajudá-lo nesta aventura. E não são poucos. Logo após o tutorial, Cloud Strife (FFVII) aparece para integrar seu grupo, seguido de White Mage e Black Mage (FF). Futuramente, outros personagens aparecerão, assim como eventos especiais.

À sua imagem e semelhança 

Contando com gráficos estilo retrô 8-bit (mas que mescla 16-bit no processo), o jogo esbanja carisma. Figuras desenhadas, no melhor estilo da série, completam imagens em 3D para formar um mosaico onde o principal é exaltar a série. No salão principal, as imagens são 2D desenhadas, com alguns elementos em 3D. Vale notar que os estilos de desenho mudam de acordo com o menu escolhido. Isso mostra como a produtora está preocupada com os mínimos detalhes. Nas batalhas, seus personagens são apresentados como se estivessem na geração 8-bit, diferente dos  cenários e inimigos, que assemelham-se mais às versões 16-bit. Mesmo personagens como o Tidus (FFX), que, originalmente, era apresentado em 3D, ficaram muito bons em sua versão pixelada.


Falando do áudio do game, o aspecto sonoro nos remete aos jogos da era 16-bit, dando um charme todo especial. Dá para reconhecer as músicas clássicas de cada fase, inclusive o som de vitória, tão tocado em jogos como Final Fantasy VII. No salão principal, a música muda para uma melodia mais elaborada. Fica a dica: jogar com fones de ouvido é quase obrigatório.

Novo jogo, velho controle 

O sistema de batalha de Final Fantasy: Record Keeper é construído por comandos estáticos, e ainda assim consegue dar mais consistência ao jogo que muitos RPGs atualmente. Pode-se atacar, defender, esperar. Cada personagem pode "equipar" duas habilidades, sendo estas específicas para cada classe. Por exemplo: Black Mage pode usar técnicas de ataque, e a White Mage, magias de cura. Existe ainda uma habilidade única, o Soul Break, que lembra muito o Limit Break do FFVII. Para ativar esta habilidade, uma barra vai se enchendo de acordo com as ações tomadas pelo personagem. Este sistema lembra muito o usado pela série até o FFVI.

Algo muito relevante é que cada personagem recebe bônus quando está no seu respectivo jogo. Isso estimula a fazer equipes temáticas, além do que cada equipamento possui uma afinidade. Assim, se você equipar uma espada do FFVII no Cloud Strife, este receberá um bônus, ou seja, todo o jogo é pensado em premiar o jogador por sua organização.

Cada quadro representa uma parte do jogo original, narra uma parte de sua história, sendo que um texto ajuda o jogador a situar a imagem ao contexto. Terminando algumas fases, dá para ter se tem uma sensação de que toda a história será contada. isso estimula a continuar jogando, e o gráfico pixelado gera uma certa curiosidade sobre como seriam outros personagens da série.

O preço da memória 

O jogo, apesar de gratuito, possui micro transações. Algo que chamou a atenção da mídia, pois são ações muito discretas. Não é necessário gastar dinheiro para terminar o jogo. A estamina, o "custo" para jogar cada fase, são restaurados de forma bastante rápida. Pode-se terminar o game com relativa rapidez, pois, muitas vezes, a estamina já se recuperou por completo quando a fase terminou.

Ouviu um Tyro? 

Podemos ressaltar que apesar casual, Final Fantasy: Record Keeper tem uma qualidade formidável e uma preocupação aos detalhes. Melhor que um aplicativo companheiro, este jogo relembra, para os antigos jogadores, a incrível história desta série. E para os novatos, apresenta personagens clássicos e icônicos, que fizeram a alegria de muita gente.

Prós 


  • história cativante 
  • jogabilidade simples 
  • acontecimentos  relembrados de forma fiel

Contras 


  • Requisitos técnicos pesados para celulares mais antigos 
  • Fases um pouco repetitivas 
  • Devia ser o Dr. Mog, em vez do Tyro, o personagem principal 


Final Fantasy: Record Keeper - iOS/Android - Nota: 8.0 

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Hugo Pereira

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