8 de março, o Dia Internacional da Mulher, não é só o dia em que você dá flores para sua mãe tentando compensar as besteiras feitas durante o ano, é também o dia de relembrar as grandes mulheres da história, de todas as áreas do conhecimento, e que o mundo deve ser mais igualitário. E, já que estamos falando de mulheres importantes, por que não conferir um pouco da história de algumas das mais famosas e imponentes personagens dos videogames?
10. Ellie (The Last of Us)
Ellie, uma garota de 14 anos que foi isolada na zona de quarentena de Boston por ser uma das sobreviventes do fungo Cordyceps, que começou a atacar humanos por todo o planeta. Ela é vista como a única chave para a cura da doença e, com certeza, é bem mais madura que o esperado para alguém de sua idade. Joel, um traficante de armas em Boston, onde agora vigora a Lei Marcial para aniquilamento de todas as pessoas infectadas pelo fungo, precisa levar Ellie até o Fireflies, organização que se recusa a abaixar a cabeça para os militares e busca incessantemente a cura para a doença. Ellie foi mordida por uma pessoa infectada, mas não se transformou como os outros seres humanos.
Não bastando toda a pressão posta na menina por conta do desastre que está acabando com a humanidade, Ellie passou por diversas situações “barra-pesadas” na vida: diversas tentativas de assassinato enquanto Joel procurava levá-la até os Fireflies, morte prematura de sua mãe e, inclusive, uma tentativa de estupro, da qual escapou por, finalmente, conseguir assassinar seu agressor.
9. Yuna (Final Fantasy)
Sabemos que a série Final Fantasy tem muitas mulheres que poderiam ser citadas neste top 10, mas, infelizmente, precisamos escolher apenas uma. Yuna, a protagonista de Final Fantasy X, aparece como uma invocadora de magias ao lado de seus companheiros, na jornada para derrotar o monstro Sin. Com os fãs reagindo positivamente a Final Fantasy X, Yuna e outros personagens reapareceram em Final Fantasy X-2, com um novo visual, o que a tornou mais ágil e ativa nos combates – e muito mais destruidora do que aparentava ser antes. Yuna, rapidamente, ganhou o coração do público pelo seu carisma e foi considerada uma das personagens femininas mais fortes de toda a franquia.
8. Jill Valentine (Resident Evil)
Aos 23 anos, Jill Valentine já era especialista em aparatos explosivos da S.T.A.R.S. e também extremamente habilidosa com o arrombamento de fechaduras. Valentine sempre se mostrou independente e destemida, mas ainda mantém seu lado mais humano e acolhedor, o que, muitas vezes, passa a impressão de que é necessário protegê-la. Única mulher de seu grupo, Jill já enfrentou diversos perigos em Racoon, tentando desmascarar a Umbrella Corporation, empresa farmacêutica que fazia pesquisas ilegais com armas biológicas longe do público. O grande problema é que nenhuma autoridade local acredita na história do grupo, pois ataques zumbis, por alguma razão, ainda causam estranhamento.
Chris Redfield, fiel companheiro da heroína, viaja para a Europa em busca de mais provas de que a empresa não é o que muitos pensam, enquanto Jill ainda é perseguida pelas mais potentes armas biológicas da Umbrella. Com o governo devastando Racoon City, Valentine vai atrás de Chris na Europa, onde se unem novamente no combate aos pesquisadores. Com diversas lutas para impedir as crueldades da Umbrella Corp., em um deles, Jill é arrastada para um abismo. Durante anos, a personagem foi dada como morta até ser reencontrada por Redfield, que a resgata para que ambos continuassem suas pesquisas e combate aos crimes biológicos. Pois parece que nem um vírus devastador é páreo para a moça, que aparece em nove jogos da série.
7. Poison (Final Fight/Street Fighter)
Criada na série Final Fight como uma integrante da Mad Gear Gang e, depois, tornando-se parceira de Hugo em Ultra Street Fighter IV, Poison é uma das personagens mais marcantes dos jogos de arcade e, com certeza, uma das que gerou mais polêmica. A moça se tornou conhecida, principalmente, pelas discussões em torno de seu gênero, já que, na época, para os produtores, parecia mais aceitável, na America, lutar e bater em uma mulher transexual, o que gerou discussões sobre a origem de Poison, que foi concebida como uma mulher desde o início. Uma pena que os jogadores passam mais tempo debatendo se Poison é ou não transexual, e ignoram o fato de ela ser uma das mulheres mais valentes dos jogos de luta, uma profissional de wrestling extremamente habilidosa e, de fato, uma das adversárias mais marcantes para os saudosistas.
6. Red (Transistor)
Red é uma heroína diferente. Protagonista de Transistor, a moça era uma cantora de sucesso na cidade de Cloudbank até ser atacada por Camerata. O ataque falha, atinge outro indivíduo, e Red é transportada para longe do local do atentado, onde encontra a arma que quase a matou: a Transistor, agora em sua posse. Sem a arma, os Camerata não possuem controle de seu exército de robôs, The Process, que mantém a cidade funcionando, absorvendo pessoas influentes para manterem sempre o interesse dos cidadãos pelas novidades. Red não precisa apenas garantir a volta da ordem na cidade, mas deve recuperar seu maior bem, que acabou sumindo através dos ataques dos Camerata: a sua voz.
5. The Boss (Metal Gear Solid 3)
Como falar sobre grandes mulheres dos videogames e esquecer a mentora de Naked Snake? A líder da Cobra Unit, The Boss (ou, naquela época, The Joy), não apenas instruiu Snake, como também criou com o aprendiz a técnica do Close Quarters Combat, que alterna combate armado e mão-a-mão rapidamente. The Boss comandava The Pain, The Fear, The End, The Fury e The Sorrow na Cobra Unit, que a respeitavam como sua mãe e líder – e é considerada, por muitos, também, a "Mãe" das Forças Especiais Americanas, por sua coragem e habilidade no combate. Ironicamente, morreu nas mãos de seu próprio discípulo, não antes de lhe passar a Philosophers' Legacy.
4. Lucca (Chrono Trigger)
Lucca, uma incrível inventora presente nos jogos da série Chrono, também veio ocupar seu lugar de direito na lista. Melhor amiga de Chrono, Lucca sempre se faz presente com suas habilidades e criatividade ao desenvolver diversos equipamentos usados, principalmente, em combate – apesar de fazer uso, também, de magia de fogo. Além de seu grande papel como inventora, Lucca se torna mãe solteira ao adotar Kid, e transforma sua casa em um orfanato, onde, eventualmente, adota outras crianças.
3. Lucina (Fire Emblem)
O que poderia ser mais incrível do que vir do futuro para salvar seus pais e o mundo? Lucina, a princesa filha de Chrom no futuro, nascida após a Ylisse-Plegia War, é extremamente habilidosa em lutas com espadas, arte que aprendeu com seu pai, falecido em uma luta contra Grima. Herdando a Falchion de Chrom, Lucina volta ao tempo por meio de um portal, para impedir, no passado, o retorno do monstro que matou seu pai. Disfarçada para impedir que a reconheçam por conta de sua Brand of the Exalt, a heroína prova aos fãs da série que não é apenas um clone de Marth, como muitos a tratam.
2. Lara Croft (Tomb Raider)
Convenhamos, nenhuma surpresa ao encontrar Croft nesta lista. A arqueóloga já sobreviveu desde quedas de avião na infância, quando perdeu a mãe, até naufrágios, dinossauros; precisou provar sua inocência quanto ao assassinato de seu tutor, foi dada como morta, precisou sobreviver a perigos em uma ilha misteriosa... além de ser uma exímia atiradora e arqueira. Por herdar a paixão pela arqueologia de seu falecido pai, Lara mostrou que sabe se virar muito bem sem ele, construindo uma personalidade extremamente confiante e teimosa em suas ações. Com o passar dos anos (e dos jogos da franquia), a personagem foi se mostrando mais humana e até um pouco mais frágil. Contudo, não deixou suas emoções abalarem o combate que trilha aos perigos da arqueologia.
1. Samus (Metroid)
E, é claro, terminamos nossa lista com aquela que já em 1986, no primeiro jogo da franquia Metroid, mostrava que mulheres podem, sim, partir para o combate contra aliens armados até os dentes. A caçadora de recompensas nativa da colônia K-2L, Samus Aran, foi a única sobrevivente do ataque dos Space Pirates à comunidade onde vivia, perdendo seus pais e todos os outros humanos que conhecia. Foi resgatada por um grupo de Chozos, que a levaram para Zebes, onde injetaram DNA de Gray Voice na menina para tornar seu corpo resistente ao novo ambiente.
Aos 14 anos, Samus já era mais forte, ágil e resistente que qualquer outro ser humano no mundo. Utilizando a Power Suit desenvolvida pelos Chozos, Samus parte em busca dos Space Pirates e de Metroids. Porém, sua valentia (e armadura) fizeram muitos jogadores acreditarem que se tratava de um homem ou de um robô quando o primeiro jogo foi lançado. Samus, com certeza, quebrou paradigmas em uma época que não era sequer pensado que a personagem protagonista de um jogo era uma mulher (na verdade nunca se ligaram, ou vai dizer que você nunca morreu e, por isso, não viu a armadura dela se despedaçar e revelar uma forma feminina). Até hoje, até mesmo em outros jogos da franquia, Samus mostra que não está para brincadeira.
Menções honrosas
Isabelle (Animal Crossing New Leaf)
O que seria da sua cidade em Animal Crossing New Leaf se esta simpática cachorrinha não estivesse ocupando, 24h por dia, a sua cadeira na prefeitura? Enquanto você parte em uma jornada para ser um Mestre Pokémon, ou para derrotar Ganondorf, alguém precisa manter suas flores vivas e seus Villagers felizes. Não existe personagem mais prestativa que Isabelle, que está sempre pronta para ajudar o Prefeito – a menos que você queira colocar um projeto muito perto do rio.
Alis Landale (Phantasy Star)
A estrela de Phantasy Star, Alis Landale, não é tão famosa quanto a nossa querida Samus, mas também estava no final da década de 1980 protagonizando um jogo da SEGA. Inicialmente, em 1987, o jogo foi lançado para o Master System apenas no Japão, e depois no Ocidente. Alis tinha apenas 15 anos quando presenciou a morte do irmão nas mãos dos Robotcops de Lassic. O irmão, Nero, avisa a Alis, antes de morrer, para que procure um homem chamado Odin, que poderá ajudá-la a desmascarar La Shiec, vingando a morte de Nero. Alis faz uso de espadas, mas também sabe criar magias para ataque e cura.
Fight like a girl
E pra você, faltou alguém que merecia muito estar na lista? Todas essas personagens (e tantas outras que, infelizmente, ficaram de fora) mostram a força e a coragem das mulheres presentes nos videogames – mas as mulheres também demonstram diariamente (e não só no dia 8 de março) sua força na vida real. Afinal, assim como nossas personagens, também estamos em todas as áreas do conhecimento e do mercado de trabalho. Parabéns a nós, mulheres, e não apenas hoje!
Revisão: Jaime Ninice
Capa: Felipe Araujo
