O que a Riot Games tem a oferecer com seu novo álbum: Music of League

Music of League traz tudo que League of Legends tem de melhor no quesito musical e, acredite, não decepciona

em 05/02/2015
League of Legends é hoje o jogo mais popular do planeta Terra e isso não é segredo para ninguém. Com sua jogabilidade frenética e uma infinidade de personagens completamente únicos, LoL tornou-se o maior expoente dos eSports e mostra a cada dia que tem tudo para manter esse trono por muito tempo. Quando pensamos nos motivos que tornam League of Legends um grande jogo, entretanto, acabamos deixando passar uma das áreas em que a Riot Games mostra mais maestria: A música.

Escondida, mas sempre presente

O motivo para um trabalho tão bom passar despercebido é simples: por se tratar de um moba, as músicas orquestradas não tocam durante a partida, podendo ser ouvidas apenas em vídeos especiais ou na tela inicial do cliente do jogo. Para corrigir essa injustiça e dar o devido valor a essas melodias, a Riot Games lançou, de forma totalmente gratuita, e em diversos serviços online de streaming musical, o álbum Music Of League - Vol 1.

As mãos por trás do som

Como se já não bastasse o presente que é esse álbum ser disponibilizado inteiramente grátis, a Riot liberou também um excelente documentário chamado Frequencies - A Música de League of Legends, que mostra todo o processo de criação das músicas do game (aconselho fortemente que você, leitor, assista; acredite, vale muito a pena).
Como Frequencies mostra, a equipe musical da Riot, hoje liderada pelo talentosíssimo Christian “Praeco” Linke, foi criada apenas com o intuito de compor e produzir as músicas de abertura que vemos no cliente do jogo após cada atualização. O resultado, entretanto, se mostrou tão bom que a Riot permitiu que eles fizessem um trabalho ousado: uma coletânea das melhores músicas e algumas faixas inéditas, apenas com o intuito de “presentear” os jogadores, visto que a Riot não teria lucro algum com esse lançamento.

Podemos ter um vislumbre do quanto a empresa gasta com esse departamento ao vermos que alguns dos músicos contratados para a orquestra que ouvimos nesse CD são profissionais renomados no âmbito do cinema e televisão. O resultado desse investimento mais a constante busca por perfeição da equipe liderada por Christian é uma obra única e que é capaz de empolgar, surpreender e até mesmo emocionar.

Os sons dos campos da justiça

Para abrir o CD, começamos com uma das minhas músicas favoritas: Demacia Rising. Criada para retratar o poder e grandiosidade dessa nação que é berço de alguns dos personagens mais icônicos do jogo (como Garen, por exemplo), essa trilha cumpre muito bem o seu papel ao apresentar uma melodia forte e cativante, que é encerrada com um belo coral.
Na sequência temos uma música que é quase o oposto da melodia de abertura: Tidecaller. Essa faixa, que foi originalmente criada para ser tocada na tela de abertura do patch que marcava o lançamento da personagem Nami, apresenta um arranjo leve e elaborado, algo que mostra uma sinergia muito grande com as características dessa personagem.
Uma outra música que se mostra uma grata surpresa é a inédita: Lulu and Shaco’s Quirky Encounter. Se no começo é possível ouvir uma melodia quase infantil, que remete instantaneamente a personagem Lulu, podemos perceber que o arranjo vai lentamente se alterando e ficando mais caótico e complexo, em clara referência ao palhaço Shaco. Se em Tidehunter, e outras trilhas desse álbum, podemos sentir a sinergia da música com o campeão para qual ela foi criada, nessa faixa podemos ver a equipe de música da Riot “brincando” com essa transição entre melodias para nos fazer imaginar como seria o possível encontro desses dois personagens.
Se boa parte das trilhas desse álbum são focadas em alguma região ou personagem da história do jogo, temos algumas exceções interessantes que permitiram a equipe da Riot de mostrar toda sua criatividade, sem as amarras de algum tema específico. Challengers é, talvez, o melhor exemplo de como a Riot também sabe trabalhar com esse estilo “livre” de composição.
Embora grande parte das músicas dessa coletânea sejam orquestradas, engana-se quem pensa que a Riot sabe trabalhar apenas com esse tipo de arranjo. E a música tema da skin Super Galaxy Rumble é um exemplo disso. Abusando das guitarras e de elementos eletrônicos, essa música nos faz lembrar de muitos temas de super heróis de séries e desenhos antigos, algo que casa perfeitamente com a proposta dessa skin temática.

Jinx esteve aqui

Lançada originalmente no que seria o término de uma enorme campanha publicitária para o lançamento da personagem Jinx, Get Jinxed foi o primeiro clipe musical produzido pela Riot Games. Com uma música que retrata perfeitamente a personalidade maníaca e anarquista da ADC (sigla para Attack Damage Carry), essa canção é um dos grandes destaques do álbum, perdendo, na minha opinião, somente para um outro clipe produzido pela mesma equipe…

Toda criança em Valoran já ouviu esse conto…

É impossível falar de Music Of League sem reservar um bom espaço para falar dessa canção que roubou os holofotes para si ao decorrer dessa semana, sendo inclusive um dos grandes destaques do documentário Frequencies: The Curse of the Sad Mummy. Eu honestamente poderia gastar um artigo inteiro somente para falar dessa que já se tornou uma das minhas músicas de jogos favoritas, tentarei, contudo, ser um pouco mais breve que isso. Com uma melodia ímpar, sendo a única canção que podemos classificar como “triste” em todo o álbum, e uma direção de arte impecável, The Curse of the Sad Mummy consegue transmitir perfeitamente a história do pequeno “menino múmia” Amummu. Desde sua frustrada tentativa de se libertar da solidão a qual foi almadiçoado até a crise de fúria causada pela dor de sua sina, tudo é narrado de forma impecável pela música, de forma que conseguimos sentir na pele a agonia e angústia que são marcas do destino reservado ao personagem. Como um jogador antigo de League of Legends, é muito gratificante poder ter acompanhado todo o desenvolvimento do setor musical da Riot que hoje chega ao seu ápice com essa bela canção.

Na espera do volume dois 

Music Of League é um trabalho impecável e que mostra como a Riot sabe valorizar não só seu produto, como também seus usuários. Com uma ótima sequência de faixas, que podem ser aproveitadas até mesmo por quem nunca jogou League of Legends, esse álbum veio para mostrar ao mundo todo o talento escondido no setor musical da empresa. E tenho certeza que falo por muitos quando digo que a expectativa já está grande para que venha logo o volume dois! (e que dessa vez não falte a música tema da Vi). E você leitor, o que achou do trabalho da Riot? Qual sua música favorita? Não deixe de comentar!

Revisão: Luigi Santana
Capa: Felipe Araújo

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