Quando o assunto são games, nós queremos jogar o máximo possível nas férias. É tempo de zerar aqueles jogos empoeirados na prateleira, chamar os amigos para campeonatos de algum multiplayer divertido e até adquirir novos jogos para desbravar. Nesse mundo de oportunidades, eu não queria mesmo dormir cedo. Porém, zerar jogos sozinho não me dava adrenalina o suficiente para virar noites. Foi aí que uma amiga me apresentou uma pérola chamada Awesomenauts (Multi).
Awesome… o quê?
Tudo começou em uma bela tarde quando uma amiga me enviou uma mensagem perguntando se eu gostaria de começar a jogar um MOBA com ela. Particularmente não me atraio muito pelo gênero e então tentei desconversar. Ela então me mandou um vídeo do jogo e, pra falar a verdade, não entendi muito o que estava acontecendo ali, mas alguma coisa me atraiu naquela bagunça.
O jogo Awesomenauts é um MOBA (Multiplayer Online Battle Arena) em 2D lançado em 2011 para X360, PS3 e PC que traz como enredo o ano 3587, quando uma guerra entre os chamados mercenários vermelhos e azuis dominou a galáxia. Para deter a guerra, uma equipe de mercenários chamada de Awesomenauts (algo como “incrivelnautas” ou “maneironautas”) foi criada com as mais exóticas e bizarras personalidades da galáxia.
Esqueci um pouco o jogo e me perdi no tempo, esperando meu Super Smash Bros. for Wii U, que estava vindo pelos correios e acabou atrasando bastante para chegar. Porém, alguns dias se passaram e essa minha amiga simplesmente me deu o jogo de presente na Steam. Assim, resolvi finalmente baixar o jogo e ver o que acontecia.
Hammer time!
Tirei a poeira da minha conta da Steam, instalei o jogo, abri o Skype e comecei a aprender. Havia tempos que não jogava um jogo tão instintivo e engraçado! Pra quem entende um mínimo de inglês e está antenado sobre a cultura geek/nerd em geral, só as falas dos personagens já causam boas risadas. Além disso, o visual exótico de cada um é mais do que cômico. Nas minhas primeiras aventuras (e em muitas outras depois) escolhi o personagem Scoop como meu avatar.
Scoop é um paladino da raça Gelati (uma geleia) que vem de um planeta no qual todas as construções são feitas de sorvete. Os Gelati são especialistas em criar os mais variados tipos de sorvete da galáxia e Scoop foi cedido aos Awesomenauts como uma ajuda para impedir as invasões dos mercenários. Mas Scoop também pretende encontrar uma barra de chocolate, o ingrediente mais raro para os Gelati e o único faltante para a ciração do último e grandioso sabor supremo de sorvete, o stracciatella.
Pois bem, armado com meu Scoop, observei o herói escolhido pela minha amiga e as risadas só aumentaram. Ela havia escolhido ninguém menos que um gogoboy gigante, moreno de sunguinha, chapéu de cowboy e uma metralhadora espacial em punhos. Levei alguns minutos para absorver o estilo peculiar do personagem, mas logo começou a porradaria e esqueci de tudo. As lutas em Awesomenauts são rápidas, confusas, frenéticas e muito engraçadas! Não demorou muito para pegar as mecânicas do personagem e então começar a passar de níveis com a minha conta. Aquela tarde realmente passou rápido!
Na calada da noite, eis que surge um time!
Um dos pontos negativos do jogo é a possibilidade de formar no máximo um trio de jogadores. Porém, ao ver como as lutas de 3x3 eram confusas, entendi o motivo de não terem feito mapas para 5x5: seria impossível entender o que se passava ali. Passado um dia de treino com a minha nova mestra, convidamos então mais um amigo para jogar. Ele achou o jogo um lixo, até sentar e jogar. Aí, assim como ocorreu comigo, ele não parou mais! Armado de um camaleão assassino invisível ironicamente batizado de Leon, nós formamos nosso time e fomos à luta.
Entretanto, já no início da noite, nossa amiga estava numa disputa entre ela e a sua internet e infelizmente acabou perdendo. Ficamos nós, dois novatos largados no multiplayer online de um MOBA que jogávamos não fazia nem dois dias. Mas foi aí que nossa primeira madrugada começou. No Skype, chamamos uma outra amiga para jogar e, assim como fizeram comigo, convencemos ela (que inclusive estava em outro país) a jogar conosco o cômico MOBA em 2D.
Alguém que nunca jogou Awesomenauts consegue me explicar tudo que acontece nessa cena? |
Assim começaram as partidas de Scoop of Justice, Leon Chameleon e Ayla contra um mundo de jogadores aleatórios. Não vou mentir, apanhamos muito em diversas horas. Mas como bons “BRs” que somos, não desistimos tão fácil e começamos a pegar o jeito da coisa. Divertido mesmo era ver o meu amigo ao final da partida xingando os gringos no chat, chamando-os de noobs e de tantas outras coisas, sendo que nós é que havíamos perdido!
Porque jogar em conjunto é sempre melhor
O jogo em si é divertido e engraçado, mas ele sozinho não faz milagres. Não foi somente o jogo que me permitiu olhar para a janela e levar um susto vendo que já havia amanhecido e eu nem piscava pesado por conta do sono. Estar em contato com meus amigos, jogar conversando, rindo e sacaneando os outros foi o que tirou o meu sono e me deu a tão sonhada madrugada em claro. Obviamente, não paramos por ali e nas próximas três noites continuamos a jogar, ora Awesomenauts, ora algum outro jogo online.
Muitos dizem por aí que os videogames isolam as pessoas e que as deixam menos sociáveis. Pois bem, eu posso dizer que pode ser exatamente o contrário! Jogar nunca foi algo isolado, desde a época dos Arcades nós jogávamos em grupo até os jogos que não eram feitos para duas pessoas. Dessa forma, podemos saber que não são os jogos os responsáveis pela nossa vida social, seja ela boa ou não. Somos nós mesmos! Nós criamos nossos próprios grupos de jogatina ou então simplesmente nos isolamos.
Agora, trate de criar um grupo no Skype enquanto joga World of Warcraft (PC), chame alguns amigos para um campeonato básico de Injustice ou então de Super Smash Bros. e não deixe de jogar também com aquele amigo virtual que sempre te convida para uma partida. As férias estão aí pra isso, para relaxarmos a cabeça, reencontrarmos alguns amigos e nos divertirmos. Ainda dá tempo de dar boas risadas!
Revisão: Jaime Ninice e Vitor Tibério
Capa: Stefano Genachi