E essa é minha opinião sobre jogos baseados em animes

em 04/10/2013

Eu não sei vocês, mas eu me apaixonei pela cultura oriental há alguns anos. Até os dias atuais, assisto animes sempre que possível e até a... (por Unknown em 04/10/2013, via GameBlast)

Eu não sei vocês, mas eu me apaixonei pela cultura oriental há alguns anos. Até os dias atuais, assisto animes sempre que possível e até acompanho alguns mangás semanalmente. Essa paixão foi a determinação que precisei para me aplicar em meus estudos no idioma e atingir fluência no japonês. Nunca visitei a terra do sol nascente, mas fazer compras nas ruas de Akiba está entre meus planos a médio prazo. E como podem imaginar, eu gosto muito quando pessoas conhecem animes e quando animes atingem outras mídias como videogames. Infelizmente, não é sobre todos os jogos que posso falar bem.

Com dinossauros, mas sem Capsule Corp.

Ao ver quanto tempo faz que algumas coisas aconteceram, eu realmente me sinto velho. Recordo-me de assistir ao primeiro episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete quase vinte anos atrás. Alguns anos depois, eu tive oportunidade de conhecer alguns jogos baseados nesses animes. Alguns bons, outros nem tanto. Admito que até Ragnarok Online, aquele MMO, o que me atraiu para jogar foi o visual que me lembrava tanto as animações orientais.

Mesmo naquela época tive a oportunidade de jogar os Dragon Ball Z para SNES. Vocês conheceram? Dragon Ball Z foi responsável por mudar meu horário na escola: eu estudava das 15 as 19, o anime começava as 15h na Band (ou era 15h30?) e eu falei com minha mãe para mudar meu horário para manhã. Quem é mais novo não deve ter tido a emoção de assistir aquele episódio no qual Goku se transformou no "lendário" Super Sayajin pela primeira vez. Honestamente, não lembro o nome de todos, mas deviam ser uns dois ou três jogos. Lembro que um deles se chamava "Hyper Dimension". Os jogos me agradaram, e muito. Não tem como não ser fiel a um anime de combate com um jogo de luta, é muito simples até. Em razão disso, devo dizer que mesmo os jogos mais recentes de Dragon Ball Z, como Budokai do PlayStation 2 e seus sucessores, me agradam bastante. Uma coisa que me incomodou um pouco na época, foi o idioma: como eu assisti o anime em português do Brasil, ter as vozes em japonês no jogo era bem estranho pra mim. Tanto que daqui alguns dias teremos a estreia de Dragon Ball Z: Batalha dos Deuses no cinema e eu quero assistir em português. Não gosto da voz fina de Goku na versão original, me acostumei com Wendel Bezerra.

Então elevei o cosmo em meu coração

Frequentemente nós, do GameBlast, somos convidados para apresentações de empresas sobre seus jogos. Namco Bandai não fica fora dessa. Vocês podem não saber, mas o José Carlos, aqui da equipe, é muito fã de Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya). E após sair de uma conferência dessas, encontrei ele e outros da equipe em um shopping para comermos algo enquanto falamos sobre o novo jogo da franquia. Eu gosto de Cavaleiros do Zodíaco, mas foi algo que foi no passado para mim (como Dragon Ball Z). Atualmente, eu conheço outros animes, outras histórias, e Saint Seiya me parece muito fraco hoje em dia. Mas, eu respeito pelo valor que teve em minha infância.

Eu não consigo gostar dos jogos de Saint Seiya. Em minha opinião, eles não conseguiram passar a mesma emoção da animação para TV. Os jogos geralmente são muito lentos, pesados, parados. Talvez esse dinamismo seja mais simples de ver em Dragon Ball Z pela habilidade de voar, talvez não seja isso. Bem, eu não sei exatamente o que é. O que posso afirmar é que os jogos da franquia ficam cada vez mais bonitos. Eles conseguem dar uma aparência para armaduras que o anime não conseguiu fazer. E falando em Cavaleiros do Zodíaco, se você gosta da série e não assistiu The Lost Canvas, pare tudo e vá fazer isso agora mesmo.

Ainda sobre socos e chutes

Então temos os shonens mais modernos, mas não posso falar deles sem citar Yu Yu Hakusho do SNES. Se não me engano, o título era Makai Saikyou Retsuden? Me ajudem a lembrar. Infelizmente, esse jogo eu alugava para jogar durante o fim de semana, sabem. Hoje não é tão comum, mas antes de 97 era bem comum as locadoras (que alugavam vídeos) terem também jogos de videogame para alugar. E muitos jogos que tinham lá eram aqueles que eu nunca conseguia encontrar pra vender, como esse Yu Yu Hakusho. Como eu gostava do anime, aquilo era uma benção dos deuses para mim. Gostei muito também.

Yu Yu Hakusho inspirou muito Tite Kubo, autor de Bleach, que é uma de minhas franquias favoritas atualmente. Não tem como dar errado ao misturar espadas, poderes espirituais, e outros elementos tão bacanas. Bleach tenta ser "cool" não apenas no visual dos personagens, mas também os spin-offs (fillers, no anime) e é possível ver a forte influência ocidental que a série tem. Apesar disso, infelizmente, Bleach não me agrada nos jogos. Especificamente do PSP (e nem comentarei a vergonha do Wii). Eu joguei todos por ser fã da série, mas tive de me esforçar muito para ter disposição para jogar aquilo. Ele sofre de um problema semelhante ao de Saint Seiya: não sinto o dinamismo dos combates do anime ali no jogo. E em minha opinião (mais uma vez), o jogo poderia ser feito por "sagas" (como aconteceu com Dragon Ball Z no SNES), mas não é assim que acontece. É quase um jogo por temporada, mas uma temporada não é suficiente para fechar uma história.


Não posso esquecer de Naruto. No começo, a franquia não agradou muito no PlayStation 2, mas Narutimate Accel ganhou meu coração depois de um tempo participando de torneios. Ele não apenas tinha uma vasta opção de personagens, como também não apenas os principais eram fortes. Sasori chegou a ser banido de torneios, eu já fiz muita gente passar raiva ao jogar como Hyuuga Hanabi (que na história do anime e mangá tem relevância quase nula). Naruto, nos consoles, tem meu respeito. Quando alguém compra um Xbox 360 e gosta de animes, é um dos primeiros jogos que recomendo, sempre o mais recente da franquia. Outra coisa que não posso deixar de citar é sobre como eles conseguiram implementar tão bem a ideia de Kawarimi no jogo, jutsus e kunais. De longe, uma das melhores adaptações para consoles.

Já One Piece, bem, eu gostaria de conhecer um bom jogo da série. Existe aquele Battle Stadium DON, crossover entre Dragon Ball Z, One Piece e Naruto, mas não é um jogo de One Piece exclusivamente. Se vocês conhecerem algum interessante, me avisem, pois eu realmente gostaria de conhecer uma bom representante da série. A ideia das "Akuma no Mi" tem um potencial incrível para ser explorado em jogabilidade.

Mas nem tudo são rosas

Rozen Maiden e Higurashi no Naku Koro Ni são animes que amo e fui buscar suas origens. Em meio a isso, encontrei seus jogos e me decepcionei fortemente. Não tive essa decepção com a franquia .hack// que conheci o anime e também gostei dos jogos. E vale citar: Rozen Maiden me parece uma boa adaptação, o anime e jogo estão bem casados, mas o problema ali foi abordar um spin-off, assim como Higurashi fez. Se eles tivessem focado na temática principal do jogo, talvez tivesse sido uma experiência melhor.

Recentemente, eu tive a oportunidade de jogar Project Diva F, o novo jogo de Hatsune Miku, e foi o que me fez pensar sobre essas adaptações. Project Diva F foi o primeiro jogo de Hatsune Miku no ocidente oficialmente. Entretanto, quem é apaixonado pela cultura oriental, já deve ter jogado os anteriores e conhecer Vocaloid. Project Diva F é um bom jogo de Hatsune Miku, mas um jogo rítmico horrível. Arrisco dizer que até o popular Guitar Hero consegue executar melhor a ideia, apesar de sua estrutura simples. O jogo é bom, mas é mais Miku do que jogo. Mas vende. E bem. Por que vende? Por ser inspirado naquele personagem, talvez.

E esse é um ponto que vejo em vários jogos de adaptação de animações orientais. Eles vendem, mas não por serem bons jogos, apesar por terem aquele personagem. Eu pensei em uma regra: se eu puder substituir aquele personagem por qualquer outro no jogo, não é um bom jogo. No caso de Project Diva, poderia ser qualquer personagem ali, até Doraemon (o que seria muito mais engraçado, convenhamos). Bleach, Naruto, Dragon Ball Z, Yu Yu Hakusho, não entram nessa linha, pois há toda ambientação do "mundo" do anime e os personagens tem habilidades únicas. Então, podem ser bons jogos. Até Saint Seiya, vendo por esse lado, apesar da falta de dinamismo.

Tem potencial, tenho esperança

Medabots (ou Medarot, no Japão)! Lembro quando joguei o jogo do Game Boy tantos anos atrás. Eles tentaram no Game Boy Advance, mas fizeram um jogo de plataforma/luta em vez de um RPG. Sinceramente, Medabots tem um potencial incrível como RPG. Já pensaram? Trocar peças entre seus amigos, acessar eventos Wi-Fi de lojas vendendo peças incríveis por preços baixos, batalhar online com seus amigos, nossa. Sério, seria uma franquia incrível, daria muito dinheiro, mas eu acredito que apenas está nas mãos erradas. Eu estudo Game Design e quero ser um desenvolvedor no futuro não muito distante. Trabalhar em um jogo de Medabots seria um sonho pra mim, por já ter pensado em tantas coisas que a franquia poderia fazer e ainda não fez. Aliás, os jogos de plataforma entram naquele problema que eu disse: qualquer personagem poderia estar ali.

Digimon é outra franquia que infelizmente não costuma vir pro ocidente. Os jogos para portáteis são legais, mas eles não costumam mandar pro ocidente pois não venderiam muito. E é verdade, Digimon não costuma vender tão bem por essas bandas, ainda mais com esses consumidores que veem Digimon como um inimigo de Pokémon e que se tocarem em um jogo de Digimon estarão perdendo sua "pureza" - ou, ao menos, pensam algo perto disso. Certo, aquele Digimon World do primeiro PlayStation não é tão bom ao meu ver (como adaptação). Digo isso pois vocês podem ter mais que um Digimon e eles evoluem, mas não voltam à forma básica. Isso sim é basicamente Pokémon. Mas a ideia de que eles evoluem temporariamente e você jogar apenas com um, isso me agrada. Aliás, adicionar cartas como a terceira temporada animada fez, torna o jogo perfeito. E foi perto disso que Digimon World 3 chegou.
Certamente não falei sobre todos os animes que ganharam sua versão de jogo digital, mas falei sobre os mais populares que lembrei. E vocês? Há algum jogo de anime que gostaram muito? Há algum jogo que eu citei não curtir muito mas vocês amam? Por quê? Há algum jogo ruim (mecânica, conceito) que mesmo assim vocês amam apenas por serem fãs da série? Eu fiz algo semelhante com Bleach, já que joguei todos mesmo achando o jogo horrível, mas amo o mangá. Vamos lá, talvez eu receba recomendações de bons jogos.

Revisão: Bruno Nominato
Capa: Vitor Nascimento

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