Suda 51 não é um desenvolvedor qualquer. Poderoso chefão da
Grasshopper Manufacture e responsável por uma série de jogos bizarros e
criativos como Killer 7 (GC/PS2), Shadows of the Damned (PS3/X360) e o mais
recente Lollipop Chainsaw (PS3/X360), Suda é o Quentin Tarantino dos games.
Depois de uma série de jogos com senso estético acima de média, história e
ambientações únicas e jogabilidade um pouco desajustada, o desenvolvedor ataca
mais uma vez com o que parece ser a síntese de tudo que veio criando nos últimos
dez anos. Seu novo jogo, Killer is Dead, promete unir tudo que já foi feito de melhor e ainda implementar uma jogabilidade para ninguém botar defeito!
Cão de aluguel
Os que conhecem as criações de Suda sabem bem o que esperar:
violência, comédia, uma pitada de vulgaridade, referências à cultura pop e
ambientes coloridos, mas com um climão noir
que dão uma estética única para as aventuras protagonizadas, geralmente, por
assassinos ou pessoas psicopatas. Em Killer is Dead, o jogador é colocado no
papel de Mondo Zappa, um assassino de aluguel contratado pela Bryan Execution
Firm, uma empresa que envia o rapaz para diversos lugares do mundo, ou até
mesmo fora dele, para assassinar as mais diversas figuras espalhadas por eles. Durante
a jornada, Zappa terá de lutar contra uma horda de inimigos, provocando uma
lindíssima carnificina por onde passar, até mesmo na Lua.
Se não fosse bizarro não seria do Suda |
Shadows of the Damned encontra No More Heroes…
Em No More Heroes (Wii/PS3), no controle de Travis
Touchdown, que portava uma espécie de sabre de luz que utilizava para retalhar
seus inimigos pelas múltiplas fases do jogo para que então chegasse a um chefe
de aparência bizarra e peculiar com uma história de vida macabra que fazia com
que o jogador pensasse se não devia ter pena ao invés de raiva do indivíduo.
Travis era um rapaz qualquer que precisava de dinheiro, e por isso, aceitava o
trabalho de se tornar o maior assassino do mundo, tendo que caçar e matar um a
um.
A obsessão de Suda por tigres está mais forte do que nunca. Só faltam os lutadores de luta-livre... |
Já em Shadows of the Damned, o jogador controlava Garcia
Hotspur, um homem que resolve viajar até o inferno para trazer sua amada de
volta. Ao contrário de Travis, Hotspur portava apenas armas de fogo, mas
provocava o mesmo estrago por onde passava, enfrentando até o próprio demônio
sem temer absolutamente nada. Agora você deve estar se perguntando: por que
falar desses dois jogos? Simples. Killer is Dead sintetiza a jogabilidade de
ambos e parece estar as utilizando com maestria.
Travis Hotspur...ou Mondo Zappa |
Mondo parte em suas missões com uma espada, mas também com
um braço biônico capaz de disparar projéteis. Isso faz com que a jogabilidade
seja uma mistura de hack’n slash com third person shooter. O jogador é livre,
no entanto, para decidir lutar da forma que bem entender. Quando está lutando
com armas brancas, o gameplay é muito similar ao que pudemos conferir em No
More Heroes ou Lollipop Chainsaw. Com controles fáceis e intuitivos, o ritmo de
jogo será muito frenético e a violência, visceral.
Os chefes prometem ser o ponto alto do jogo |
Já quando utilizamos o braço biônico de Mondo a jogabilidade
é mais lenta, remetendo diretamente a Shadows of the Damned, que por sua vez,
lembra muito os títulos mais recentes da série Resident Evil. Contudo, em
Killer is Dead é possível mesclar os dois estilos a todo o momento, criando
infinitas possibilidades de combate.
Quando utilizamos o braço biônico, a câmera se posiciona por trás do ombro de Zappa |
Além disso, os treze capítulos da aventura sempre contarão
com um chefe final a ser enfrentado. Estes, como sempre, terão as mais diversas
motivações para suas vilanias e aparência e personalidade das mais peculiares
possíveis. Como sempre estas batalhas prometem ser o ponto alto do jogo, ainda
mais para os que já conhecem o histórico de Suda nesta área, que já conta com
bizarrices como aves boca suja, zumbis roqueiros e até cavalos flatulentos.
...Com uma pitada de Killer 7
Outro aspecto do jogo que promete ser incrível é o seu
visual. Retornando ao estilo artístico encontrado em Killer 7, com cores
lavadas e vibrantes, o jogo parece estar lindíssimo. Os traços dos personagens,
que parecem ter sido desenhados à mão estão incríveis e o jogo parece rodar
suavemente mesmo com muitos elementos na tela. O único problema, no entanto, é
que tantas cores vibrantes e elementos interagindo (leia-se tentando matar) com
Zappa provavelmente confundirão um pouco os jogadores, que se verão perdidos em
um mar de cores e coisas acontecendo ao mesmo tempo. A trilha sonora também
parece estar incrível, com uma mistura de composições clássicas com rock
contemporâneo que darão o tom da aventura que, como se pode ver, abusará do
contraste não só do visual, como também de toda a ambientação e enredo.
Os gráficos estão arrasadores! |
Batendo à porta!
Killer is Dead será lançado ainda este mês para o
PlayStation 3 e Xbox 360 e promete ser a última grande cartada de Suda nesta
geração, mesmo que uma sequência de Liberation Maiden (3DS) está a caminho do
PS3. Agregando elementos utilizados nos últimos dez anos pelo desenvolvedor,
Killer is Dead parece ser a síntese de toda a sua visão artística que começou
com jogos como Flower, Sun and Rain (PS2) e veio terminar com Lollipop Chainsaw.
Para os fãs de Suda, o jogo é imperdível e para os que ainda não conhecem,
parece ser uma excelente forma de adentrar na mente doentia do desenvolvedor
Killer is Dead (PS3/X360)Desenvolvimento: Grasshopper ManufactureGênero: Ação/Hack’n SlashLançamento: 27 de AgostoExpectativa: 4/5
Revisão: Ramon Oliveira de Souza
Capa: Vitor Nascimento