Uma breve história
Skullgirls nasceu da ideia de Alex Ahad sobre um jogo de luta que gostaria de fazer. Alex fazia a arte conceitual de um elenco de personagens femininas desde a época do colégio. Como obra do destino, conheceu Mike Zaimont, um fanático por jogos de luta e conhecido em torneios como Mike Z. Mike estava desenvolvendo uma engine própria para jogos de luta. Da amizade fez-se uma parceria e daí nasceu Skullgirls.Quase que o sonho de criar Squigly não se torna realidade |
Enfim, a versão beta!
O jogo precisou ser refinado e amplamente atualizado para ser trazido aos computadores domésticos. Muitas mecânicas foram melhoradas e novidades, como suporte a diferentes idiomas, foram incluídos no elenco. Mas, para fazer valer a nova versão, personagens novos foram adicionados ao elenco. A princípio, um personagem entraria para o grupo de lutadores: Squigly. Mas, com o sucesso do crowdfunding e o atingimento precoce da meta, novos personagens e outras adições foram sendo prometidas aos fãs. Surpreendentemente todas as metas propostas foram alcançadas e agora o elenco conta também com Big Band, o primeiro personagem masculino de Skullgirls. Outros personagens escolhidos por votação e que estarão disponíveis futuramente são: Robo-Fortune, Eliza, e Beowulf, totalizando em 5 os novos personagens da versão para PCs.Na versão beta, somente Squigly aparece jogável, além dos personagens originais: Filia, Cerebella, Peacock, Parasoul, Ms. Fortune, Painwheel, Valentine e Double. Todas possuem histórias próprias e profundas que podem ser conferidas no “modo história”.
Squigly: elegante, dinâmica, rápida e tem um dragão muito legal! |
Muito mais do que 2D, uma obra de arte!
Vamos entender o background do time de desenvolvimento: o time é composto por ocidentais, não orientais, como a esmagadora maioria dos jogos do gênero; artistas que compõem o time possuem histórico em empresas de desenho e animação, com grandes influências da Disney e de desenhos das décadas de 20 e 30; existia um grande desejo de se criar algo único e belo, influenciado por esses artistas da vanguarda; 2D é arte.Peacock, forte influência de Gato Félix e Betty Boop |
Belas animações em idle |
O resultado são animações fluidas e detalhadas, com tudo se mexendo, e não parcialmente estáticas, como costumam ser os sprites 2D. É como se você estivesse assistindo a um dos antigos filmes da Disney, ou a uma animação do Studio Ghibli. Você irá gastar momentos com o personagem em “idle” para ver seus movimentos. É de encher os olhos de lágrimas.
Preparem os dedos para uma guerra frenética com o joystick
Certo, certo. Vamos ao gameplay. Skullgirls foi originalmente construído com base na mecânica de jogos como Marvel vs Capcom, então espere por lutas frenéticas e malucas, combos e tags.Em uma batalha padrão, você contará com até três personagens, cada um com um estilo de luta diferente, e fará uso da dinâmica de times com o que conhecemos por “team tag”. Ao contrário de outros jogos, em Skullgirls você poderá decidir o número de lutadoras que farão parte do time, seja um, dois ou três personagens. O tamanho faz variar o poder e resistência dos personagens, o que traz um ótimo balanceamento ao jogo, além de abrir um grande leque de possibilidades e estratégias ao gameplay.
Escolha até três personagens, suas cores e sua habilidade de assistência |
A luta é acelerada e frenética. Golpes rápidos criam a atmosfera da batalha e longos e (quase) infinitos combos fazem os jogadores delirar. Como os três personagens dividem o mesmo limite de tempo, é esperado que cada luta termine rapidamente, e vemos isso pelos longos combos executados por jogadores experientes. Um aspecto interessante de Skullgirls é que praticamente tudo é “combável”, ou “cancelável” no linguajar de jogos de luta. Isso possibilita uma variedade imensa de se criar combos diferentes e traz uma facilidade aos jogadores novatos. Executar combos astronômicos, porém, pede muita dedicação e treino, como todo jogo de luta.
Combos aéreos serão frequentes |
Domine o modo arcade e detone no online
O Beta disponibiliza apenas a versão Arcade e multiplayer online e local. Modo história fica para a versão completa do jogo. No tradicional modo Arcade você batalha contra uma sequência de lutadores controlados pela IA até enfrentar o chefe final, que nesse caso é Marie, a Skullgirl.O modo singleplayer inclui história e arcade. Para o Beta somente o arcade. |
Todos os personagens são formidáveis e a variedade de estilos transforma o jogo em uma experiência desafiadora. Porém, não posso dizer o mesmo do chefe. Marie é o típico oponente final que ganha mais na quantidade de HP do que em desafios. Lutar contra ela chega a ser irritante, combos e agarrões não funcionam, deixando de lado boa parte da estratégia e tática de luta. Com um HP gigante e objetos voadores atrapalhando sua vida. Você começará a atacá-la freneticamente na esperança de terminar a luta antes do contador chegar a zero, evitando uma vitória (ou derrota) decepcionante. O modo multiplayer é sempre o mais jogado em jogos de luta, assim, o fator Marie pode ser esquecido.
Marie não deixa de ser uma chefe pomposa |
Um aspecto importante a se notar é que o jogo utiliza o sistema GGPO para partidas online. Para os que estão acostumados com jogos de luta, em especial aqueles que curtem partidas online de jogos antigos, estarão comigo quando digo que isso faz toda a diferença! Uma constante decepção em jogos atuais é o netcode, que influencia a comunicação entre jogadores online e consequentemente a performance. A internet no Japão pode não apresentar os problemas que nós, mortais brasileiros (e americanos) sofremos com lag. Assim, pouco se evolui em jogos japoneses nesse quesito. Já com GGPO a jogatina online promete ser muito mais fluida, sem lag e mais justa. A experiência que tive com o modo online foi fenomenal, como se você estivesse jogando com alguém ao seu lado. GGPO é mágico.
Para o multiplayer, contamos com jogatina local e online e um modo torneio |
Squigly é a nova personagem do jogo e traz um estilo de luta muito interessante. Seu parasita dragão permite puxar o adversário e quebrar sua defensiva, possui uma ótima performance tanto à longa distância quanto corpo a corpo. O dragão ainda acrescenta magias ao seu arsenal de ataques que também incluem projéteis que garantem combos formidáveis. Os golpes blockbusters são belos e arrasadores.
Skullgirls em tupiniquim
Uma novidade ótima para nós, brasileiros, é uma recente atualização do Beta, que oferece apoio ao idioma português-brasileiro. Todos os textos e menus do jogo foram traduzidos para nossa querida língua. Bem sabemos que o trabalho de localização requer um certo esforço e cuidado, e que nem sempre resulta em um trabalho perfeito. Existem algumas falhas aqui e ali na versão Beta, mas certamente serão atualizadas no decorrer do tempo. Skullgirls sempre mostrou-se extremamente receptivo à comunidade de jogadores, o que nos dá esperanças de constantes correções.Conquistando uma lenda
Michiru Yamane, compositora da famosa série Castlevania, é a responsável por toda a trilha sonora de Skullgirls. Para um jogo indie, isso é um fato incrível. Mas, para Peter Bartholow, CEO do Lab Zero Games, não deveria ser um espanto. “Nós realmente tentamos” explica. Não existem tantas barreiras e misticismos por trás dos compositores japoneses, a questão é que poucos chegam a tentar.Michiru Yamane, compositora de Castlevania, Suikoden, e agora Skullgirls! |
Eles tiveram que usar seus contatos no Japão e se virar com as diferenças culturais para fazer as negociações e garantir a comunicação e o acompanhamento das canções para o jogo. Skullgirls marca a primeira vez que uma desenvolvedora ocidental faz contrato com um compositor japonês.
Skullgirls… já está aí!
Skullgirls lança oficialmente no Steam no dia 22 de agosto, ou seja, amanhã! Embora muitos já estejam experimentando a versão Beta, vale a pena dar uma boa espiada no jogo se você for um perdido de viagem, principalmente se você for fã de jogos de luta, ou fã de excelentes gráficos em 2D, com toda sua beleza e riqueza em detalhes.Não deixe de conferir Skullgirls e suas belas garotas! Veja no vídeo abaixo o que você estará perdendo.
Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Diego Migueis