Relembre o quão legal toda a cafonice, luzes neon e ação exagerada dos anos 80 eram legais em Far Cry 3: Blood Dragon

em 09/06/2013

Far Cry 3 foi um dos grandes sucessos do mundo dos games em 2012. O jogo trazia uma experiência única e personagens complexos em uma tra... (por Unknown em 09/06/2013, via GameBlast)


Far Cry 3 foi um dos grandes sucessos do mundo dos games em 2012. O jogo trazia uma experiência única e personagens complexos em uma trama repleta de muita ação, aventura e uma boa dose de sadismo. Mas esqueça tudo isso. Apesar do nome, Far Cry 3: Blood Dragon não tem nenhuma relação com o sucesso homônimo. É certo que o título traz muitas referências ao universo do louco Vaas Montenegro, mas mesmo assim, consegue surpreender com uma jogabilidade, visual e ação incríveis com um enredo digno de um filme de “quebra-tudo-ficção-científica” ao estilo Arnold Schwarzenegger. Não se espante se você achar que o jogo tem um ar retrô, parece antiquado, tem linguagem chula ou parece inacreditável demais. Os anos 1980 eram assim, e por isso e outros motivos foi a melhor década do século XX.

Enfrente o futuro!

Um futuro bem diferente... E muito cyber punk!
Quando foi anunciado no começo desse ano, muitos viram Blood Dragon como uma expansão de Far Cry 3. O visual cheio de cores, luzes neon e robôs realmente parecia estranho aos fãs da série mas, próximo ao seu lançamento, viu-se que o jogo não seria uma continuação de um título de sucesso mas sim uma aventura completamente independente que abusa de elementos de Far Cry 3, de uma maneira excentricamente diferente. Agora, o jogador encarna o ousado e estereotipado sargento Cyber Commando Rex “Power” Colt. Para garantir muitas horas de ação ao jogador, esse anti-heroi vai passar por muitos problemas, gastar muita munição e destruir muita coisa antes de conseguir terminar suas missões.

Robôs e muitas armas: ação garantida!
Mas antes de falar na jogatina propriamente dita, precisamos comentar sobre a trama tão clichê e tão engraçada desse jogo. No final dos anos 1980 e quase começo dos 1990, a Guerra Fria atingiu seu auge e a tão assustadora guerra nuclear aconteceu, com a cidade de Toronto, no Canadá, sendo atingida e completamente dizimada. Mas a história de Blood Dragon não se passa na agora estéril terra canadense, e sim em uma ilha (que pode trazer muitas lembranças e parecer muito familiar aos jogadores de Far Cry 3) infestada de soldados cyber robôs, animais feroz e nada mais, nada menos do que dragões gigantes sugadores de sangue que lançam raios laser pelos olhos. Tudo isso pode parecer fantástico e surreal demais, mas tudo se deve aos efeitos prolongados de exposição à radiação do inverno nuclear que assola o planeta.

Porque uma metralhadora comum é muito mainstream
Nesse mundo pós-apocalíptico cheio de perigos, o sargento Rex vai usar todos os tipos de armas mais avançadas que existem e explodirá muitas coisas (e qualquer coisa que estiver na sua frente) para enfrentar o terrível vilão ditador Sloan. Porém, para alcançar seu principal alvo, ele precisará eliminar os exércitos robóticos de Sloan que estão espalhados por diversos pontos de controle na ilha. E nesse meio tempo, ele vai ter que tomar muito cuidado com os ferozes Blood Dragons que tem os Cyber Hearts como sua comida favorita. Com certeza, ação e muita aventura serão duas coisas que não vão faltar para esse sargento ousado.

Olha só! Eles brilham no escuro... Oh wait!
A jogabilidade do jogo é simples e chega a ser desnecessário o uso de tutoriais (tanto que o hub eletrônico de instruções de Rex costuma fazer piadas quanto ao excesso de indicações), pois a única coisa que o herói precisa fazer é atirar, correr, atirar e explodir. Além de um arsenal de armas muito variado, o sargento ainda pode abater seus inimigos silenciosamente com uma facada certeira. E toda essa ação eletrizante é recheada de muito humor, armas e poderes cibernéticos fantásticos (e bizarros) que trazem a esse título o que o gênero de Far Cry 3 tem de melhor para oferecer.

Parte homem, parte máquina

O soldado durão de Micheal Biehn em "Aliens - O Resgate" e o sargento Rex "Power" Colt. Imaginem só os dois se encontrando!
Para aqueles que assistiam a Sessão da Tarde ou mesmo Tela Quente durante os anos 80 e 90 ou gostavam apenas de dar uma passada na locadora e alugar o “sucesso do momento”, certamente o personagem principal de Blood Dragon vai parecer muito familiar. Quem encarna a voz e o jeito canastrão do sargento Cyber Commando é ninguém menos que o ator Michael Biehn, famoso por filmes de ação épicos como O Exterminador do Futuro e Aliens - O Resgate. Nos bastidores da produção do jogo, Michael se divertiu muito dublado um personagem que era uma homenagem mais que digna ao seu gênero das décadas passadas e se você prestar bem atenção no visual do herói robótico. notará que Rex “Power” Colt e Michael Biehn possuem muito mais do que apenas a voz ou o jeito de seus personagens em comum.

A trilha sonora do jogo é outro item que faz uma grande homenagem ao gênero de ação dos anos 1980. Muitas das composições lembram os temas musicais utilizados no filme O Exterminador do Futuro, com batidas rápidas misturas a outras mais lentas, com o inconfundível som do sintetizador tocando ao fundo. E todo esse fundo musical torna a experiência de explorar uma ilha gigante, matar muitos robôs malvados e até caçar alguns animais radioativos, como diria o sargento Rex, muito Cyber Commando! O clima é tão retrô nessa aventura que os fãs não hesitaram em fazer até um curta live-action que certamente daria um filme digno de ação trash que deixaria qualquer marmanjo de hoje com aquele gosto bom de nostalgia.


Far Cry 3: Blood Dragon é uma divertida e bem-humorada adaptação (e criação também) de um jogo de sucesso para um mundo bizarro, sombrio e colorido, permeado de perigos e aventura para se passar muitas horas explodindo cyber robôs na frente do computador. Mesmo assim, o título peca em alguns momentos logo no detalhe que faz dele uma obra tão interessante: o exagero de referências aos anos 1980. Muitas vezes o colorido e o neon dos ambientes pode acabar enjoando o jogador ao invés de cumprir apenas seu propósito de render uma grande homenagem a essa década tão adorada. Além disso, as missões secundárias são muito repetitivas e desinteressantes, servido apenas para testar sua mira e agilidade, mas sem nenhum propósito aparente. Felizmente, sempre que a história parece entrar em um ciclo vicioso de apenas ação e explosões, eis que uma cutscene ao estilo 8-bits aparece ou Rex solta uma de suas frases clichês clássicas para quebrar o gelo.

Muita diversão mesmo!

Prós

  • Muita ação, humor, tiros e robôs (porque nenhuma dessas coisas nunca é demais)
  • Jogabilidade simples e fluida
  • Uma grande homenagem aos anos 80

Contras

  • Missões muito repetitivas
  • O clima retrô às vezes fica exagerado
Rock n' roll guys!

Análise - Far Cry 3: Blood Dragon - Nota: 9.0

Revisão: José Carlos Alves
Capa: Diego Migueis

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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