Menos de um ano depois do lançamento de Left 4 Dead: esta foi a data que a desenvolvedora Valve escolheu para lançar a sequência do aclamado jogo de zumbis focado nos modos online que tanto agradou à comunidade gamer. No entanto, esta pode não ter sido a melhor decisão que a empresa já tomou, além, é claro, de deixar de lado uma franquia tão incrível como Half-Life, já que os fãs começaram a se perguntar se a desenvolvedora não estava, simplesmente, querendo fazer mais dinheiro lançando um novo jogo, ao invés de incluir os novos conteúdos na primeira versão do game. Correndo o risco de parecermos mesquinhos, foi isso mesmo que a Valve fez.
Aviso: este artigo leva em consideração que você já tenha jogado o primeiro Left 4 Dead e/ou lido nossa Análise sobre o game da semana passada.
Mais armas
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"Acorda, menina!" |
Longe de querermos desvalorizar as inclusões lançadas em Left 4 Dead 2, podemos dizer que o segundo game foi tudo aquilo que o primeiro gostaria de ser. Para começar, temos um novo sistema de armas, permitindo que cada personagem carregue consigo uma arma de fogo primária, escolha entre as tradicionais pistolas e uma arma branca para o posto de arma secundária.
Isso tornou a jogatina muito mais divertida, permitindo a utilização de facas e espadas para desmembrar os mortos-vivos, por exemplo, ou mesmo de armas não tão convencionais, como uma barulhenta frigideira ou uma guitarra elétrica que ainda produz algumas notas ao bater em um zumbi.
Além disso, a adição de novos itens jogáveis e de cura também contribuiu para melhorar a experiência de jogo: além das já batidas bombas e coquetéis molotov, agora é possível encontrar jarros com bile de Boomer capazes de invocar uma horda de infectados para atacar os próprios infectados. Além das famigeradas pílulas analgésicas e dos kits de primeiros socorros, você poderá obter injeções de adrenalina para deixar seu personagem mais rápido por um curto período de tempo, e até desfibriladores portáteis, que podem trazer um sobrevivente de volta à vida.
Mais personagens
Falando em sobreviventes, Left 4 Dead 2 trouxe à batalha um novo time para fazer parte do elenco. Se, no primeiro game, tínhamos Bill, Francis, Louis e Zoey, o segundo trouxe Coach, um ex-treinador de futebol americano e professor de biologia, Ellis, um típico caipira que, apesar de ter trabalhado como mecânico, fica super animado com coisas do escalão de matar um monte de zumbis ou assistir a um show de rock, ou ainda fazer as duas coisas ao mesmo tempo, como na campanha Dark Carnival, Nick, um veterano apostador e também o contrário de Ellis, encontra defeitos em tudo, e Rochelle, a produtora de um noticiário cuja última pauta foi justamente sobre a infecção.
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Podem até ser novos, mas enfrentam zumbis tão bem quanto os velhos. |
Assim como em Left 4 Dead, e como já deu para perceber, o cuidado demonstrado com cada personagem, dando a cada um deles uma personalidade e um passado envolventes, não ficou aquém do esperado. Os pequenos detalhes, como o fato de Ellis já ter sido baixista em uma banda, ou de Rochelle estar vestindo uma camiseta da banda Depeche Mode fazem a diferença em um mundo pós-apocalíptico, onde qualquer desculpa é válida para colocar toda essa gente junta.
Mais inimigos
Como não poderia deixar de ser, os infectados especiais também receberam seus reforços: juntando-se ao time que já contava com Boomer, Hunter, Smoker, Tank e Witch, temos agora o agressivo Charger, o estranho Jockey e a assustadora Spitter. Além desses, uma excelente adição foram, também, os infectados comuns incomuns, únicos para cada campanha do novo game.
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Mais infectados do que você gostaria de ter de lidar com. |
É claro que isso também tornou as coisas mais interessantes para os modos de competição: Versus, Scavenge e Survival, este último agora contando com o modo Survival Versus, no qual é possível bolar estratégias para fazer com que o time adversário sobreviva pelo menor tempo possível.
Os novos modos, que merecem seu destaque, são o modo Realism, em que os zumbis tornam-se muito mais perigosos e a boa comunicação com a equipe é fundamental, já que não é possível ver seus aliados através das paredes, e o modo Mutation, que adiciona um modo diferente a cada semana, desde um modo Campanha onde é necessário carregar o Gnomo Chompski desde o começo até o brutal Realism Versus, autoexplicativo.
O lado sonoro do game também não passou despercebido, com novos e incríveis efeitos a cada tiro, trazendo sons muitos mais realistas do que seu antecessor. As músicas, no entanto, não passaram por grandes modificações, trazendo apenas um tema diferente para cada campanha e vinhetas para os novos infectados. Estas últimas, é importante dizer, não passaram pelo mesmo suporte criativo que os próprios infectados, passeando de maneiras diferentes pelas mesmas notas.
O lado sonoro do game também não passou despercebido, com novos e incríveis efeitos a cada tiro, trazendo sons muitos mais realistas do que seu antecessor. As músicas, no entanto, não passaram por grandes modificações, trazendo apenas um tema diferente para cada campanha e vinhetas para os novos infectados. Estas últimas, é importante dizer, não passaram pelo mesmo suporte criativo que os próprios infectados, passeando de maneiras diferentes pelas mesmas notas.
Mais do mesmo
Respondendo à pergunta do título de nosso artigo, fica aqui o verdadeiro tiro no pé que a Valve deu: adicionar todo (e preste atenção: é todo mesmo) o conteúdo do primeiro jogo no segundo, desde os personagens até as campanhas, demonstrando que sim, eles poderiam ter lançado todo o conteúdo do segundo jogo como DLCs para o primeiro, já que ambos, aliás, utilizam a mesma engine gráfica.
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Tudo de um jogo no outro... |
Oras, se eu tenho todo o conteúdo de um jogo e mais uma enxurrada de novos conteúdos disponíveis na suposta continuação daquele jogo, e levando em consideração que ambos custam, senão o mesmo, praticamente o mesmo valor, para que eu iria querer comprar o primeiro? Nossa esperança, como fãs e gamers que somos, é que, se algum dia a Valve aprender a contar até três, que a nova edição deste maravilhoso game realmente valha a pena.
Left 4 Dead 2 - PC - Nota Final: 9.0
Revisão: Catarine Aurora
Capa: Douglas Fernandes