Anunciado como um remake espiritual de um famoso game da década de 90, XCOM Enemy Unknown, da distribuidora 2K Games, é um game de estratégia em turnos com forte influência de RPGs. Com uma mecânica de jogo envolvente e desafiadora, o jogo conseguiu trazer de volta um gênero que já fez grande sucesso em jogos como Civilization. Leia mais para entender o porquê desse ser considerado por muitos como o melhor jogo de PC de 2012, e possivelmente um dos melhores jogos de estratégia em turnos já feito.
Um planeta sob sítio
O jogo começa um com uma citação do escritor de ficção
científica britânico, Arthur C. Clarke: “ Duas possibilidades existem: ou estamos sozinhos no universo ou não. Ambas
são igualmente aterrorizantes”. A história do game começa quando descobrimos a
resposta para essa pergunta e alienígenas invadem o planeta Terra. Cabe ao jogador, que
assumirá o posto de comandante maior do projeto XCOM (uma força de elite
especial financiada por vários países do globo), impedir o que parece
inevitável: o fim da nossa existência.
Para tal, o jogador terá que percorrer todos os cantos do
mundo, para tentar frear a destruição em massa causada pelos seres
extraterrestres. Os cenários do game, embora sejam bem parecidos, um ponto um
pouco negativo, são totalmente interativos, e isso faz com que, mesmo após
jogar mais de uma vez em um determinado cenário, cada partida seja diferente da
outra. Desde explosões a vidros quebrados, o cenário está em constante mutação
e o jogador terá que se adaptar às mudanças causadas pelo mesmo e por seus
adversários para poder se defender e atacar da forma mais eficiente possível.
Estratégia... do grego “stratègós”
Estratégia é uma palavra que define bem XCOM. Em todo e qualquer
momento, o intelecto e as escolhas do jogador estarão sendo testadas e qualquer
deslize pode ser fatal. Para se defender dos aliens é preciso sempre colocar
seu esquadrão sob cobertura, visto que um soldado sem proteção dificilmente
sobreviverá um turno. Esse mesmo esquadrão é um dos grandes diferencias de
XCOM, já que o jogador contará com um número grande de soldados, mas apenas
quatro(ou seis após melhorias) serão usados por combate. Essa mecânica, aliada
a inspiração de RPG, faz com que o jogador tenha que decidir entre treinar
todos os soldados ou escolher um grupo para maximizar suas habilidades.
Independente da escolha, esses soldados acabam criando um vínculo com quem os
controla (ainda mais quando você os edita fisicamente), o que faz a morte daquele personagem que
tantas batalhas lutou a seu lado cause um certo aperto no coração de quem joga.
83%? Como alguém pode errar um alvo desse tamanho? |
Mas não é só nas batalhas que o jogador passará o tempo enquanto está
em XCOM. Todo o controle da operação, como pesquisa e desenvolvimento, é
controlado pelo próprio, e essas escolhas muito possivelmente mudarão o destino
dos combates. Não obstante, o jogador ainda precisará cuidar dos países que
sustentam a operação, visto que é deles que vem o dinheiro. Para tal será
necessário escolher bem quais países visitar, para evitar o pânico em
determinada região, ou instalar satélites (algo que não é destacado como algo
fundamental, mas acredite, é) para monitorar as atividades no país de escolha.
Pensa, pensa, pensa...
É preciso cuidar de todo o globo |
Você ouviu isso?
Os efeitos sonoros em XCOM são extremamente bem feitos e ajudam a
tornar o game ainda mais imersivo. Desde os sons de vidros quebrando, passando
por explosões, e até mesmo as próprias falas dos soldados, tudo se mostra
extremamente caprichado e bem feito. Além disso, há a possibilidade de
identificar alguns inimigos pelos sons, algo que é reforçado com uma imagem de
“ondas sonoras”, o que faz com que seja preciso tomar certo cuidado com onde se
posiciona seu esquadrão, pois, mesmo após matar vários aliens, alguns ainda
podem estar à espreita apenas esperando seu descuido. Aliens esses que
apresentam uma enorme variedade, cada uma com seus perigos e fraquezas, e,
assim como em uma guerra, é preciso conhecer bem seu oponente - o que pode ser
feito em outra instância por biopsias e interrogatórios (que permite a
fabricação de armas ou armaduras especiais) - para derrotá-lo.
Acredite, esses cabeçudos seram o menor do seus problemas |
Todos prontos
XCOM: Enemy Unknown foi um dos grandes lançamentos do ano e foi capaz
de dar uma forte revigorada no mercado de games de estratégia em turno (o qual,
diga-se de passagem, sou extremamente fã). Se você, assim como eu, gosta desse
estilo de jogo, ou gosta simplesmente de qualquer game de estratégia, não deixe
de adquirir esse, que pode sim, ser considerado um dos melhores games de 2012.
Prós
- Mecânica envolvente
- Toda complexidade que um jogo de estratégia deve ter
Contras:
- Falta de orientação sobre pontos importantes do game
- Alguns bugs
XCOM: Enemy Unknown – PC (Steam) – Nota: 9
Revisão: Rafael Becker
Capa: Vitor Nascimento