Perfil: Connor Kenway (Assassin’s Creed III)

em 30/01/2013

A linhagem de antepassados do assassino moderno Desmond Miles é incrível. Altair e Ezio lutaram corajosamente contra os Templários para... (por Unknown em 30/01/2013, via GameBlast)

A linhagem de antepassados do assassino moderno Desmond Miles é incrível. Altair e Ezio lutaram corajosamente contra os Templários para garantir a liberdade no mundo, além de deixar a sua marca nas páginas da História. Connor Kenway, ou melhor, Ratonhnhaké:ton, continuou essa tradição “familiar”. O personagem central do capítulo mais recente da saga dos assassinos é uma peça fundamental na Revolução de Independência Americana e a chave para desvendar os mistérios do futuro de Desmond.



CUIDADO: O texto a seguir pode conter spoilers para quem não jogou Assassin's Creed III. Leia por sua conta e risco.

As origens de um guerreiro

A vida do assassino que guia a história de Assassin’s Creed III começa há muito tempo atrás, nas florestas e montanhas da jovem América, em 1753. Filho da indígena Kaniehtí:o e do britânico Haytham Kenway, a criança é batizada com o nome de Ratonhnhaké:ton (pronucia-se Ra-doon-há-gay-doon, que significa “vida que é riscada”, algo que faria muito sentido no seu futuro). O garoto cresce entre a tribo dos Kanatahséton junto de sua mãe e outras crianças, vivendo uma vida praticamente tranquila. Porém, aos cinco anos de idade, o seu modo de viver muda subitamente de curso.

O rosto de Lee ficará marcado na memória do rapaz
Durante uma brincadeira com seus amigos na floresta perto de sua aldeia, o grupo ao qual pertencia foi atacado por vários membros da Ordem dos Templários, incluindo o desprezível Charles Lee. Os agressores estavam à procura do local dos “Precursores” (o Grande Templo da Primeira Civilização) que os rumores diziam ser perto da aldeia Kanatahséton. Os Templários tentaram um acordo com a tribo indígena, para que deixasse o local e permitissem sua busca, mas Charles Lee estava frustrado pela ignorância dos selvagens. E depois de humilhar Ratonhnhaké:ton e seu povo, incutiu um ódio mortal no jovem, antes de nocauteá-lo e deixá-lo inconsciente.

Ao recobrar os sentidos, o jovem vê, à distância, o brilho das chamas iluminar o céu. Correndo desesperado, ele encontra seu vilarejo em chamas. Entrando em sua oca, vê sua mãe ferida e presa entre os destroços. Ele tenta de tudo para salvá-la, mas apenas consegue se despedir dela, antes que outros indígenas o tirem do local, que é engolido pelas chamas. O jovem Monhawk iria superar essa dor tentando viver uma vida normal nos anos seguintes, mas o nome de Charles Lee jamais deixaria sua lembrança.

Ratonhnhaké:ton permeceu em seu vilarejo até 1769, então, aos 14 anos, suas dúvidas sobre o porquê de, apesar das dificuldades, seu povo permanecer sempre no mesmo local, foram respondidas. A velha Mãe do Clã o chamou para dentro de sua oca e lhe apresentou uma Bola de Cristal, lhe dizendo que, há muito tempo atrás, ao seu povo foi confiada a missão de proteger um segredo que aquelas terras guardavam. Quando o jovem segurou o objeto em suas mãos e ele começou a brilhar, ele mal sabia que estava dando o primeiro passo para a sua vida de assassino.

Não é apenas uma bola de cristal... Mas uma "porta"
Para a surpresa do jovem, ele havia ativado naquele instante um Pedaço do Éden (os poderosos instrumentos criados pela Primeira Civilização) e entrado numa outra realidade chamada Nexus. Nessa dimensão misteriosa, ele foi saudado por uma velha conhecida dos assassinos: Juno. Essa integrante importante da Primeira Civilização, lhe explica que o Nexus nada mais é que um local onde as probabilidades são calculadas e a comunicação entre seres de épocas diferentes torna-se possível. Ou seja, ela falava com o jovem diretamente de um passado muito remoto.

Juno de novo? Isso não parece ser boa coisa
Juno lhe falou sobre sua importância para o futuro e que ele tinha uma missão a cumprir. Para facilitar sua compreensão, ela criou uma simulação virtual onde ele foi transformado em uma águia e ela em uma ave de fogo. Os dois planaram por várias paisagens enquanto Juno lhe explicava sobre como sua linhagem havia mudado o curso da história da humanidade e que se ele não impedisse o avanço dos Templários, não somente seu povo iria sofrer, mas o futuro e o trabalho dos membros da Primeira Civilização, estariam perdidos.

Assim, Juno lhe orienta a seguir um símbolo: a insígnia dos Assassinos. Somente indo atrás dele, o rapaz poderia cumprir sua missão. E então, deixando o jovem com a mente cheia de dúvidas, a simulação desaparece e ele acorda na beira de um rio, rabiscando o misterioso símbolo nas margens da água.  A Mãe do Clã o encontra, compreende a mensagem dos “espíritos” e, dando-lhe suprimentos, lhe orienta a partir em busca do símbolo e de seu destino rumo a uma fazenda ao leste.

Seguindo as orientações da conselheira da tribo, o jovem chega à Fazenda Davenport, após cruzar a Fronteira.  Lá, após bater à porta de uma mansão, ele é recebido por um velho senhor que, mesmo depois de ouvir seus relatos e ganhar conhecimento sobre o encontro do rapaz com Juno, não concorda em auxiliá-lo em seu treinamento. Apesar de ver a porta batendo em sua cara, o jovem insiste de todas as maneiras possíveis com o senhor, até que uma noite ele se cansa e acaba dormindo em um estábulo.

Essa noite em especial não seria fácil, pois além de ter de enfrentar uma forte chuva, o rapaz teria que lidar com um grupo de bandidos que apareciam para saquear a propriedade. Contudo, antes que assaltassem a mansão, o jovem consegue liquidá-los rapidamente com sua machadinha. Impressionado com a destreza do jovem, o velho senhor finalmente o convida para entrar na mansão. O senhor se apresenta como Aquiles Davenport, Mestre Assassino da Ordem das 13 Colônias Americanas. Ele leva o jovem até um quarto de treinamento secreto no subsolo da mansão, que além das vestes e armas próprias dos assassinos, contém uma parede repleta de quadros e esquemas envolvendo todos os membros da Ordem dos Templários na América.

Os alvos dos Assassinos
Aquiles lhe conta sobre o conflito histórico entre os Assassinos e os Templários. E também sobre como a Ordem dos Assassinos encontra-se enfraquecida atualmente, com ele impossibilitado de agir. Como já ouvira histórias através de sua mãe, o jovem reconhece, na pintura de Haytham, seu pai o líder dos Templários. Aquiles nota isso e pergunta se realmente o jovem quer trilhar esse difícil caminho para tentar livrar o Novo Mundo da ameaça Templária em prol da liberdade e da justiça. O jovem concorda e assim começa o seu treinamento como um assassino.

Em busca da liberdade

Durante um bom tempo, o jovem foi treinado nas artes e técnicas dos Assassinos. E para que ele dominasse uma das mais importantes habilidades dos membros da Ordem - a mistura com cidadãos comuns para permanecer incógnito, Aquiles deu-lhe o nome de seu filho há muito tempo morto: Connor. Assim, o jovem indígena passou a se chamar Connor Kenway.

Connor reconhece seu pai
Para aprimorar as habilidades do jovem e tomar conhecimento de seus alvos Templários, Aquiles e Connor partem para Boston. Lá, em meio a um massacre envolvendo uma turba de inocentes revoltada, o rapaz conhece seu pai e se envolve em problemas com as autoridades graças aos planos de Charles Lee. Felizmente essa também foi uma boa oportunidade para ele aprender sobre como manipular a informação e diminuir sua notoriedade em uma cidade, quando exposto.

Ensinando Connor a administrar as finanças da fazenda e recrutando colonizadores para cuidar das terras, Aquiles consegue fazer com que a renda da fazenda aumente e passa a ser capaz de reformar e chamar de volta a tripulação de seu navio, o Aquila, para auxiliá-lo na batalha contra os Templários. O jovem aprende a comandar um navio e passa a perceber como as batalhas em alto mar podem ser perigosas. E mesmo com uma mente ainda ingênua e cheia de sonhos de liberdade, o tempo passa para Connor, que amadurece seu corpo e seu espírito até o ponto tornar-se finalmente apto de vestir os trajes de Assassino de Aquiles, tornando-se assim um membro da Ordem, pronto para partir em busca de seus alvos.

Connor, o capitão do Aquila

Chá? Quem precisa de chá?
O primeiro inimigo com quem Connor deve lidar é William Johnson. Através de seu amigo de infância, Kanen’tó:kon, o assassino descobre que o Templário está tentando comprar as terras de seu povo. Ele deixa a fazenda e crava uma machadinha em uma coluna (o que significa que a guerra começou) e em Boston, Connor se encontra com Samuel Adams, membro dos “Filhos da Liberdade” que lhe promete ajudar na busca por Johnson. E depois de proteger o taverneiro francês revoltado dos Casacas Vermelhas, Stephane Chapheau, o novo amigo se junta aos assassinos e ajuda Connor a frustrar os planos dos Templários na famosa “Noite do chá” de Boston.

Livrando-se de Johnson
Após isso, Adams ganha confiança em Connor e lhe informa a localização de Johnson. E, meses depois e, após lidar com algumas dificuldades, ele consegue eliminar seu alvo e garantir a segurança de sua aldeia. Infelizmente, ele fica em dúvida se fez a coisa certa, pois em suas últimas palavras, Johnson lhe garantiu que estava tentando comprar as terras apenas para proteger os indígenas dos ingleses.

Mais tarde, Connor se intromete cada vez mais nos planos revolucionários dos patriotas e se aproxima cada vez mais de seu pai e de Charles Lee. Ele participa de diversos momentos históricos da Revolução, como a “Noite de Lexington” - onde ele avisou os colonos sobre a vinda do exército britânico. Também conheceu figuras importantes como Benjamin Frankilin, que lhe pede ajuda para recuperar seus almanaques de invenções, e o general George Washington, que lhe inspiraria coragem e confiança para continuar em sua batalha pela liberdade.

Acho que reconheço esse cara das notas de 1 dólar
No entanto, a cada alvo templário eliminado, as crenças de Connor ficam cada vez mais duvidosas. Além de estar batalhando uma luta que não é sua, pois somente a segurança de seu povo realmente lhe interessa, os Templários debocham de seus ideais ingênuos e simplórios de liberdade e justiça. Para eles, Connor está atrapalhando o progresso da nação ao insistir em uma revolução ridícula liderada por um homem tão patético e covarde, como eles afirmam que Washington é.


Você luta como um homem, mas sua boca fala somente coisas de criança...” 

- John Pitcairn, pouco antes de morrer nas mãos de Connor
O assassino continua em sua jornada por entre a Fronteira, que permeia Boston e Nova York, libertando cidadãos de situações de risco, recrutando aliados e coletando informações a cerca dos Templários. E em sua busca por um alvo específico que participava de um complô para assassinar Washington, Thomas Hickey, Connor é preso injustamente pela acusação de participar desse complô, junto de Hickey.

Com a corda no pescoço (literalmente)
Sem conseguir escapar da prisão e chegar até seu alvo (que é mantido sobre constante vigilância no cárcere), Connor é condenado por traição e sentenciado à morte por enforcamento em praça pública pelo seu inimigo mortal, Charles Lee. No momento crítico da execução, ele é salvo por Aquiles e seus companheiros assassinos, conseguindo matar Hickey antes que este assassine Washington, que assistia a execução pública.

Biddle implora que Connor o deixe afundar com o navio
Continuando sua jornada pelas terras americanas, depois de caçar o temível capitão Templário, Nicholas Biddle, em sua nau O Randolph, Connor tem um encontro inesperado com seu pai na Fronteira. Os dois quase se matam no primeiro momento, mas percebendo que as habilidades mortais do filho poderiam lhe ser úteis, Haytham propõe uma trégua. Os dois possuem um inimigo em comum que precisam eliminar: Benjamim Church, um traidor dos Templários.

Caçando Church, pai e filho vão parar em alto mar, onde finalmente conseguem por um fim nos planos do traidor. Porém, ao passar tanto tempo com seu pai e aprender mais sobre o ponto de vista dos Templários, Connor começa a se questionar se Assassinos e Templários não poderiam se unir em busca da liberdade e prosperidade da humanidade, pois ambos possuíam objetivos em comum. Ele divide suas ideias com Aquiles, mas o mentor lhe aconselha a não deixar suas emoções e seu laço afetivo por Haytham atrapalharem suas crenças e o orienta a não se deixar cair na “conversa mansa” dos Templários.

Pai e filho trabalhando juntos

Connor é traído
Quando Haytham e Connor decidem se encontrar com Washington, Connor descobre uma traição horrível. O general planejava um ataque ao vilarejo dos Mowhak por descobrir que alguns indígenas estavam auxiliando os britânicos. Connor corta relações com Washington, e Haytham ainda suspeita que o general possa também ter sido o mandante do massacre do vilarejo, 14 anos atrás, que matou a mãe de Connor. Mas o assassino não cai na conversa do pai, pois ele sabia que os templários estavam envolvidos nisso. Sendo assim, Connor decide seguir sozinho daqui para frente e parte para seu vilarejo, antes que uma nova tragédia aconteça.

É triste meu amigo, mas você terá que morrer
Ele consegue eliminar os mensageiros de Washington e chegar até a vila, encontrando-a em segurança. Porém, a Mãe do Clã lhe informa que Lee apareceu por lá, convocando vários indígenas para repelir os britânicos de suas terras. Então, desesperado para impedir que sua tribo se envolvesse no meio dessa guerra cruel de interesses, Connor infelizmente se vê na obrigação de eliminar seus companheiros antes que eles ataquem o acampamento inglês. O assassino é forçado até mesmo a matar seu grande amigo de infância, Kanen'to:kon.

Agora seguindo o rastro de Lee, Connor ainda consegue salvar o contingente do general francês Marquis de Lafayette, que estava auxiliando Washington e a Revolução Americana, de ser atacado por um agrupamento britânico. O general francês concorda que Charles Lee é um homem perigoso e que pode frustrar os planos revolucionários se continuar enganando patriotas e britânicos. Washington não deseja tomar a vida de Lee, mas Connor está decidido a matá-lo.



Lafayette e Connor combinam o ataque surpresa
O assassino descobre que Charles Lee está protegido na grande fortaleza de batalha de Fort George. Com a ajuda de seus aliados, o assassino lança um ataque por terra e mar para abalar a segurança do forte, entrar e assassinar seu alvo. Porém, durante a batalha fervorosa dos canhões, um tiro quase acerta Connor em cheio. O baque do tiro lhe prejudica os sentidos, deixando-lhe tonto e vulnerável. E então, antes que possa encontrar Lee, seu pai aparece lhe bloqueando o caminho. Haytham avisa o filho que não o deixará estragar os planos dos Templários agora que a Ordem está tão perto de alcançar seu objetivo no Novo Mundo. Ele conta que já passou o comando para Lee e como Connor insiste em prosseguir com seu plano, pai e filho iniciam uma batalha até a morte.

Lutando para sobreviver e quase incapacitado, Connor desvia-se dos golpes de Haytham e por fim crava sua Hidden Blade no pescoço do Templário. O diálogo final entre pai e filho é um dos momentos mais significativos da trama. Uma ocasião em que Connor percebe o verdadeiro tipo de homem que seu pai era e até onde o jovem assassino teria que ir para alcançar seus objetivos. Assim, Connor se despede de seu pai e prepara-se para encontrar Charles Lee, cortando seu cabelo ao estilo moicano e pintando seu rosto para a sua “guerra”.

Acho que aquele papo de pai não vai rolar, não é?
Haytham: “Não pense que tenho qualquer intenção de acariciar seu rosto, dizendo que eu estava errado. Eu não vou chorar, ou me questionar sobre o que poderia ter sido. Tenho certeza que você entende. Ainda assim, eu estou orgulhoso de você, de certa forma. Você mostrou grande convicção, força, coragem, todas qualidades nobres... Eu deveria ter te matado há muito tempo.”
Connor: “Adeus, pai”

- As últimas palavras trocadas entre Haytham e Connor

Connor finalmente fica cara a cara com Lee, mas seus guardas retém o assassino, que ainda está fraco. Vingativo por causa da morte de Haytham, Lee garante que não irá matar Connor agora, mas que prefere vê-lo sofrer enquanto o faz assistir a destruição de tudo quanto ele ama nessa terra. Lee foge enquanto o assassino tem que lidar com os soldados, mas após se desvencilhar dos perigos, em um navio da baia, ele descobre que Lee ainda está em Boston e parte para lá, encontrando seu alvo nas docas do porto da cidade.

Connor jamais desistirá!
Lee tenta fugir, mas acaba se dirigindo a um navio danificado, que havia sofrido um acidente e ainda estava em chamas! Connor o segue, e depois de uma caçada frenética onde os dois quase são engolidos pelo fogo, uma parte do navio desaba sobre os combatentes, deixando-os desacordados. Lee se levanta antes de Connor, que está foi gravemente ferido por um pedaço de madeira que se encrava em seu abdômen, e começa a humilhar o assassino novamente. Aproveitando a chance, Connor consegue alcançar sua arma e acerta Lee diretamente no peito. Mas, para seu azar, o Templário é osso duro de roer e mais uma vez ele consegue fugir.

Connor luta para ficar de pé e consegue descobri que Lee não conseguiu ir muito longe, ferido daquela forma. Ele o encontra em uma taverna de Monmouth. Lá, ele senta-se ao lado do Templário, enquanto os dois compartilham uma garrafa de rum. Sem dizerem nada, Connor o puxa e rapidamente termina com sua vida com uma punhalada da Hidden Blade. Lee tomba na mesa e Connor arranca o amuleto que Aquiles havia lhe mencionado uma vez, de seu pescoço.

Até nunca mais, Lee!

Valeu a pena?

Depois de tantas batalhas, sacrifícios e sangue derramado, Connor retorna à sua aldeia natal em busca de uma resposta final. Ele encontra o local vazio e descobre que seu povo deixou as terras, que agora haviam sido vendidas para os colonizadores. Connor fica chocado ao saber disso, mas como ele iria aprender, o mundo é movido por aqueles que detém poder e dinheiro. Ele entra na oca da Mãe do Clã e a única coisa que lá encontra é a Bola de Cristal. Ao se perguntar por que deixariam algo de tão importante para trás, ele mais uma vez é transportado para o Nexus e reencontra Juno.

O membro da Primeira Civilização lhe parabeniza por ter cumprido sua missão. Connor continua sem compreender qual foi seu papel em tudo isso e se realmente tantas batalhas valeram em alguma coisa. Juno lhe garante que seus esforços não foram em vão e que o futuro agora está garantido. Resta a ele apenas esconder o amuleto, que ela lhe informa ser uma chave, na verdade. Ele precisa esconder em um local que nunca seja encontrado, pelo menos não até o momento certo.

Ditas essas palavras, Juno desaparece e a Bola de Cristal se desfaz nas mãos de Connor. O assassino permanece confuso e cheio de dúvidas, porém mais tarde, em 1783, ele retorna à Fazenda Davenport. Após queimar os quadros dos Templários e remover a machadinha da coluna, sinalizando que a guerra tinha acabado, ele esconde o amuleto na cova de Connor Davenport.

Será que realmente terminou?
As aventuras de Connor poderiam ter acabado por aí, mas durante um bom tempo ele continuou a lutar pela justiça, ajudou os colonos e diminuiu a influência britânica e Templária na América. Certamente uma das maiores dores de sua vida foi a perda de seu mentor Aquiles, por volta de 1781. O velho andava doente há um bom tempo e antes de morrer deixou uma carta a Connor onde lhe deixava toda a sua propriedade e lhe agradecia por ter renovado sua esperança em um futuro melhor para aquela nação e para o mundo. Connor chorou muito no enterro de Aquiles, pois ele havia sido mais um pai para ele do que Haytham algum dia poderia ter sido.

Daqui para diante, pelo menos no que foi apresentado no jogo, o futuro de Connor permanece incerto. Não se sabe se ele retornará em um próximo título da franquia futuramente, mas com certeza, seria interessante acompanhar mais alguns anos de sua vida. Pois mesmo tendo uma história rica e cheia de reviravoltas em Assassin’s  Creed III, Connor termina suas aventuras no jogo de uma forma abrupta, cheia de arrependimentos e de decepção. No fim, parece que todo seu sacrifício não resultou em nada, a não ser satisfazer um sentimento de vingança e um “espírito” de milênios atrás.

Apesar de todas as suas habilidades de assassino e sua alma de guerreiro indígena, ele permanece durante toda a trama com um sentimento de esperança que, muitas vezes, aproxima-se fatalmente da ingenuidade. Ele confia demais nas pessoas e acaba se machucando por isso. Mesmo que essa característica seja ao mesmo tempo seu ponto mais forte, é o mais fraco também. Dessa forma, suas crenças acabam se tornando mortais facas de dois gumes na sua mente.


Connor Kenway é um personagem complexo. Nascido em meio a uma tribo indígena, criado nos ideiais de uma revolução e traído pelas suas próprias crenças, ele foi um guerreiro determinado a perseguir um objetivo quase inalcançável: a liberdade. Ele lutou bravamente e enfrentou perigos terríveis para proteger seu povo e toda a humanidade também. E mesmo que o resultado não tenha sido o que ele esperava, certamente seus feitos jamais serão esquecidos.

Revisão: Samuel Coelho

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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