Lutas, intrigas, caçadas, investigações e muito sangue
derramado por aqueles que anseiam por justiça e liberdade contra a força
avassaladora dos que se embebedam de poder e se cercam de ganância. A saga dos
assassinos, ao longo da história, poderia ser resumida nessa sentença. Mas
sabemos que essa história é muito mais que isso. Existe um elemento que está
lá, permeando o enredo dessa trama, desde o primeiro golpe de Altair, passando
pelos ataques de Ezio, até os combates de Connor: a música.
A meditação do assassino
Oriente Médio, ano de 1191... A Terra-Santa convulsiona com
as batalhas e conflitos provocados pelas Cruzadas. E, como sempre, os inocentes
padecem nas mãos de tiranos inescrupulosos e gananciosos, encabeçados pelos
temíveis Templários. Mas existe um grupo de pessoas que ainda lutam por justiça
e se sacrificam em nome da liberdade: os assassinos.
“City of Jerusalem” mostra quase todos os elementos musicais do jogo, da mesma forma que a cidade santa exibe toda sua riqueza e contraste cultural. Começa como uma simples melodia e rapidamente se transforma em uma sinfonia de vários instrumentos que se unem para formar uma das músicas mais belas da jornada de Altair.
Uni duni tê... quem será meu próximo alvo? |
A família de Ezio
Quem precisa de pontes quando se é um assassino? |
“Ezio’s Family” é, sem sombra de dúvidas, uma das músicas
mais bonitas de toda a série, sendo utilizada também na trilha do terceiro jogo,
Brotherhood. A melodia é muito linda e os vocais clássicos a tornam mais
prazerosa de se ouvir enquanto se vislumbra a emocionante e triste história de
Ezio.
Para embalar as aventuras desse jovem assassino, a trilha
sonora do segundo jogo abusa de músicas que lembram as canções medievais e
renascentistas (além das irritantes "trovas" cantadas pelos menestréis que andam pelas cidades). São melodias compostas por flautas doces, violinos e, quase
sempre tocando ao fundo, uma velha e singela rabeca ou alaúde. As músicas são
envolventes e marcam cada passagem da vida de Ezio, fazendo o jogador quase
sentir-se caminhando lado a lado com o jovem florentino.
“Flight over Venice 1” possui duas versões, porém a primeira
versão possui tons mais impactantes. Essa única música consegue de uma forma
surpreendente reunir todos os temas do segundo jogo da série de forma
fantástica: aventura, emoção e muitas batalhas. Mas é importante notar que
apesar de toda sua beleza, a segunda versão dessa música foi escolhida para ser
tocada durante o voo de Ezio por Veneza a bordo da máquina voadora de Da Vinci.
Ecos das ruinas romanas
Mil e uma formas de matar |
“City of Rome” é, certamente, uma das músicas mais marcantes
do jogo, tocada durante as caminhadas de Ezio pelas ruas romanas. O ritmo calmo
mas poderoso da melodia faz quase faz o jogador voltar no tempo, podendo
explorar e viver a história ao vivo.
Muito do estilo musical introduzido no jogo anterior
permanece nesse novo capítulo da história de Ezio. No entanto, certas melodias
possuem tons mais graves e pesados para evidenciar que a cidade está sob o
domínio dos Borgia, enquanto as melodias tocadas durante as passagens pelos
campos das redondezas da cidade tem acordes mais suaves com vocais belíssimos
que harmonizam com as velhas ruínas romanas.
As encruzilhadas do mundo
Uma nova terra... uma nova jornada |
Para compor a trilha sonora dessa nova jornada de Ezio,
Jesper Kyd contou com a ajuda do compositor escocês Lorne Balfe, ganhador do
Grammy e responsável por trilhas de filmes dos estúdios de animação da
DreamWorks, como Megamente, e do famoso compositor de trilhas para filmes Hans
Zimmer, responsável por músicas impressionantes para filmes como Gladiador, A
origem e O cavaleiro das trevas. Hans Zimmer participou principalmente da
criação das músicas para as cutscenes do jogo e Jesper Kyd dividiu suas
tarefas músicas com os companheiros enquanto se ocupava de compor as músicas
dos elementos de gameplay do jogo.
“Welcome To Konstantiniyye” é uma das músicas mais bonitas
do jogo, tocada durante a chegada de Ezio à Constantinopla e em alguns momentos
de caminhadas e investigações pela cidade turca. O temática musical suave dos
árabes ganha novos ares com essa melodia que faz o jogador realmente se sentir
andando por entre as ruas e o povo da antiga Constantinopla.
Passado e presente em um só lugar |
O lutador da liberdade
Connor no meio de uma batalha que talvez não seja a dele |
Dessa forma, músicas típicas da época colonial e o estilo
clássico do século 18 se misturam para formar uma trilha sonora belíssima, mas
que não possui o mesmo impacto daquelas dos jogos anteriores. Mesmo assim, as
músicas do jogo são admiráveis e captam com perfeição o último capítulo da saga
de Desmond e as jornadas de Connor por um país jovem mas cheio de coragem e
esperança.
“A bitter truth” é a música tocada durante a maioria das
sequências de interação do Animus nos assassinatos de alvos templários
principais de Connor. Ela traz elementos interessantes, além de reproduzir
algumas partes do tema musical principal do jogo. A melodia transmite um ar de
pessimismo, uma vez que, durante o discurso de morte dos templários, eles
colocam em xeque os ideais de Connor sobre o que realmente significa liberdade.
“O que uma vez foi, novamente será...”
Músicas que remetem a temática futurista também não ficaram
de fora da série. Desde os sons e tons estranhos que são ouvidos ao se acessar
o Animus até aquelas melodias de fundo suaves durante as mensagens deixadas
pelos membros da Primeira Civilização, uma música especial sempre esteve
presente.
“Apple’s
Chamber” é, certamente, a mais marcante das músicas com temática
futurista/tecnológica da série. Ela foi incluída como uma faixa extra na trilha
sonora de Brotherhood e foi utilizada durante o vídeo introdutório de
Revelations. A música é tocada pela primeira vez quando Desmond abre a entrada
do Templo de Juno no final do terceiro jogo do série e se prepara para, enfim,
obter a Maçã do Éden que os assassinos modernos tanto buscavam.
As vozes da Primeira Civilização ecoam no futuro |
A série Assassin’s Creed passou por diversos momentos da história, e, por cada um deles, deixou uma marca eterna com as impactantes músicas das trilhas sonoras. Canções e melodias são elementos importantes da narrativa de um jogo, mas na saga dos assassinos, elas adquirem uma importância ainda maior. São elas as verdadeiras protagonistas das grandes batalhas, dos momentos de tensão e de cada memória revisitada através dos antepassados de Desmond Miles.
Revisão: Gabriel Toschi